Conselheiro fiscal afirma ser contra afastamento do presidente e que não vai aceitar sindicância

Lucas Borges
02/07/2019 às 00:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:21
 (Lucas Borges)

(Lucas Borges)

Um dos três membros eleitos, nessa segunda-feira (1º), para compor o novo Conselho Fiscal do Cruzeiro, Paulo César Pedrosa afirmou que é contra o afastamento do presidente Wagner Pires de Sá e dos demais dirigentes investigados sobre supostas irregularidades na atual gestão do clube. Após o encerramento do pleito, Pedrosa defendeu que não seja tomada nenhuma medida contra Wagner e os diretores até o fim das apurações das denúncias.

"Eu tenho certeza que, até o momento, eles são inocentes, porque eles não foram condenados, não respondem a processo, é tudo pela imprensa (as denúncias). Tem a Polícia Civil, a Polícia Federal  e o Ministério Público apurando. Então, eu tenho certeza da inocência deles, até que me provem o contrário. Sou totalmente contra o afastamento da diretoria atual. Se eles quiserem pedir licença, ai é problema deles. Tem que haver o amplo direito de defesa e o contraditório", completou.

O pedido de afastamento da diretoria atual partiu de Zezé Perrella, presidente do Conselho Deliberativo do clube, em ofício enviado no dia 15 de junho. No documento, Perrella convoca uma reunião extraordinária do Conselho para definir um possível afastamento dos dirigentes.

Sindicância e reunião extraordinária

Outro ponto abordado por Paulo César Pedrosa foi o papel da sindicância criada por Zezé Perrela para apurar as supostas atividades ilícitas da atual diretoria. Incisivo, Pedrosa afirmou que não vai levar em conta qualquer posicionamento ou decisão tomada por essa força-tarefa.

"Essa comissão de sindicância perdeu efeito. Não vou tomar conhecimento de uma comissão de de dois conselheiros da oposição. Isso, para mim, não tem efeito. Como membro do Conselho Fiscal eu não vou aceitar isso. A partir de agora, o Cruzeiro tem legitimamente um Conselho Fiscal, eleito pelos conselheiros  do clube".

O conselheiro também colocou em dúvida a realização da reunião extraordinária do Conselho Deliberativo convocada por Perrella para agosto, e antecipada para a próxima segunda-feira (8) por Wagner Pires de Sá. A pauta do encontro seria a discussão sobre possíveis medidas a serem tomadas contra a atual diretoria.

"Essa reunião do dia 8 de julho, eu nem sei se vai ter. Temos que prestar a atenção em uma coisa: vários conselheiros que fizeram a denúncia nem vieram votar. Isso que não entendo".

Independência

Por fim, apesar de defender que não haja qualquer sanção imediata aos dirigentes envolvidos nas denúncias, Pedrosa negou qualquer ligação com Wagner Pires de Sá. "Absolutamente não (tem ligação com a atual presidência do clube). Ele nunca foi na minha casa, nunca fui a casa dele, nunca almocei com ele. Fiquei conhecendo ele aqui em assembleia (do Conselho)".

O conselheiro, inclusive, destacou que foi opositor ao atual presidente da Raposa na eleição que alço Wagner ao poder em 2017. "Eu fui contra ele (Wagner)  na eleição. Eu, Nagib e Afrânio (outros membros do Conselho eleito) apoiamos a chapa 'Tríplice Coroa' (derrotada na eleição para a presidência). Não tinha relacionamento nenhum com ele. Fiquei conhecendo ele no clube, em reuniões do Conselho, aqui no clube. Minha relação com ele é cordial, amistosa,  de respeito. Eu acho que ele vem fazendo um bom trabalho, espero não estar enganado. Em um ano, nos deu dois títulos estaduais e uma Copa do Brasil. Isso que a torcida quer, títulos".

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