
O novo presidente do Cruzeiro, que será conhecido em 21 de maio, pode ter menos de uma semana para conseguir os cerca de R$ 26 milhões referentes à dívida que o clube tem que quitar na Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) até o próximo dia 31 pelo não pagamento dos jogadores Willian, Caicedo e Denílson, contratados ainda na gestão de Pinho Tavares, que deixou o clube em dezembro de 2017.
Ouvido pelo Hoje em Dia, um integrante do Núcleo Dirigente Transitório do clube afirma que o grupo está tentando de todas as maneiras resolver o problema, mas que a situação é complicada. Os atuais comandantes da Raposa já trabalham com a certeza de que o parcelamento dos débitos, pedido à entidade máxima do futebol, não será concedido, pois ele depende do aval dos clubes credores.
Assim, a maneira de evitar punição esportiva ao clube, que pode ser a perda de pontos na Série B do Campeonato Brasileiro, é pagar o valor. Aí começa o problema. Sem dinheiro em caixa, o Cruzeiro tem de recorrer a um empréstimo. Isso não seria problema, pois alguns integrantes do Conselho Gestor têm condições de avalizar a operação ou, até mesmo, emprestar ao clube. O pagamento seria posteriormente, com certeza com a venda de um ou dois jogadores.
Mas o Cruzeiro troca de mãos em 1º de junho, no dia seguinte à data em que a bolada precisa ser depositada na Fifa. E os integrantes do Conselho Gestor se sentem inseguros em colocar seus nomes num empréstimo que não será pago por eles, mas sim pelo novo presidente.
“Se a gente fosse ficar até o final do ano, controlando as finanças, a gente não teria receio. Na janela europeia, ou até no final do ano, vendia um ou dois jogadores e pagava o valor. Mas fica complicado colocar o nome, ou nosso dinheiro, em algo que outro vai pagar”, garante o integrante do Conselho Gestor.
Busca
O grupo segue trabalhando na busca por uma maneira de pagar a Fifa. A tentativa é de arrumar uma forma legal que possa viabilizar a entrada de jogadores como garantia do empréstimo, que neste caso poderia ser feito até com investidores no futebol.
Mas a questão precisa ser muito bem feita, para que não se corra o risco de infringir os regulamentos da Fifa no que se refere aos direitos econômicos de jogadores.
O desafio é grande, e o tempo é curto, para o Conselho Gestor, que trabalha na questão, e será mais ainda para o novo presidente, caso o grupo não consiga uma maneira de levantar os R$ 26 milhões que precisam ser pagos até o final do mês.