Conselho Gestor busca forma de pagar a Fifa, mas dívida pode ser primeiro desafio do novo presidente

Alexandre Simões
@oalexsimoes
Publicado em 06/05/2020 às 17:06.Atualizado em 27/10/2021 às 03:26.
 (Flavio Tavares)
(Flavio Tavares)

O novo presidente do Cruzeiro, que será conhecido em 21 de maio, pode ter menos de uma semana para conseguir os cerca de R$ 26 milhões referentes à dívida que o clube tem que quitar na Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) até o próximo dia 31 pelo não pagamento dos jogadores Willian, Caicedo e Denílson, contratados ainda na gestão de Pinho Tavares, que deixou o clube em dezembro de 2017.

WillianQuase a metade dos R$ 26 milhões que o Cruzeiro tem de pagar na Fifa são referentes ao atacante Willian, contratado em definitivo em 2014, no primeiro mandato de Gilvan de Pinho Tavares

Ouvido pelo Hoje em Dia, um integrante do Núcleo Dirigente Transitório do clube afirma que o grupo está tentando de todas as maneiras resolver o problema, mas que a situação é complicada. Os atuais comandantes da Raposa já trabalham com a certeza de que o parcelamento dos débitos, pedido à entidade máxima do futebol, não será concedido, pois ele depende do aval dos clubes credores.

Assim, a maneira de evitar punição esportiva ao clube, que pode ser a perda de pontos na Série B do Campeonato Brasileiro, é pagar o valor. Aí começa o problema. Sem dinheiro em caixa, o Cruzeiro tem de recorrer a um empréstimo. Isso não seria problema, pois alguns integrantes do Conselho Gestor têm condições de avalizar a operação ou, até mesmo, emprestar ao clube. O pagamento seria posteriormente, com certeza com a venda de um ou dois jogadores.

Mas o Cruzeiro troca de mãos em 1º de junho, no dia seguinte à data em que a bolada precisa ser depositada na Fifa. E os integrantes do Conselho Gestor se sentem inseguros em colocar seus nomes num empréstimo que não será pago por eles, mas sim pelo novo presidente.

“Se a gente fosse ficar até o final do ano, controlando as finanças, a gente não teria receio. Na janela europeia, ou até no final do ano, vendia um ou dois jogadores e pagava o valor. Mas fica complicado colocar o nome, ou nosso dinheiro, em algo que outro vai pagar”, garante o integrante do Conselho Gestor.

Busca

O grupo segue trabalhando na busca por uma maneira de pagar a Fifa. A tentativa é de arrumar uma forma legal que possa viabilizar a entrada de jogadores como garantia do empréstimo, que neste caso poderia ser feito até com investidores no futebol.

Mas a questão precisa ser muito bem feita, para que não se corra o risco de infringir os regulamentos da Fifa no que se refere aos direitos econômicos de jogadores.

O desafio é grande, e o tempo é curto, para o Conselho Gestor, que trabalha na questão, e será mais ainda para o novo presidente, caso o grupo não consiga uma maneira de levantar os R$ 26 milhões que precisam ser pagos até o final do mês.

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