Cruzeiro busca empate com o Santos, dá adeus à Libertadores e vira peça-chave para definir Z-4

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
20/11/2016 às 19:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:44

Cruzeiro e Santos, duas das maiores equipes do futebol nacional, e duas aspirações diferentes em 2016. Enquanto os mineiros lutam com chances remotas de ir à Copa Libertadores, os paulistas sonham com o título brasileiro. E pelo que parece, nenhuma das equipes realizará seu sonho particular ao fim da competição, já que empataram em 2 a 2, na tarde deste domingo, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Para ser campeão brasileiro, o Santos precisará de duas vitórias em dois jogos, e torcer contra Palmeiras e Flamengo em seus últimos compromissos. Já o Cruzeiro deu “tchau e benção” para as probabilidades de voltar à competição continental.

O próximo compromisso da Raposa é diante do desesperado Internacional, que luta com todas as forças contra o rebaixamento. O jogo está marcado para o Beira-Rio. O Santos pega o Flamengo, no Maracanã. Ambos os jogos acontecem às 17h do próximo domingo (27).

Com o empate, o Santos permanece com 68 pontos, e pode ser ultrapassado pelo Flamengo na rodada. Já o Cruzeiro chega aos 48 pontos e fica matematicamente impossibilitado de alcançar o G-6 (ainda pode sonhar com a Libertadores em caso de G-7, se o Atlético for campeão da Copa do Brasil, mesmo assim com chances irrisórias).

O jogo

O primeiro tempo começou bastante equilibrado, com o Santos explorando jogadas rápidas, principalmente, com Lucas Lima, e o Cruzeiro contando com a habilidade de Arrascaeta para chegar ao ataque.

A primeira grande chance da partida saiu dos pés de Robinho. Ariel Cabral desviou de cabeça e achou o companheiro bem colocado. O camisa 19 acertou uma bomba, que por pouco não entrou no ângulo do goleiro Vanderlei.

A partir de então o Cruzeiro começou a gostar mais do jogo e o Santos ficou retraído. Peças importantes do esquema de Dorival Júnior não apareciam tanto, como Vitor Bueno e Copete.

A superioridade cruzeirense na etapa inicial fez efeito aos 21 minutos. Após cruzamento vindo da esquerda, Arrascaeta ganhou de Noguera no lance aéreo. O santista não conseguiu tirar a bola, e o uruguaio bateu rasteiro no canto direito de Vanderlei: Raposa 1 a 0.

A partir do gol o Cruzeiro se fechou e fez o Santos encontrar muita dificuldade para encaixar seus ataques. Enquanto isso, nos contra-ataques o time celeste dava trabalho. Arrascaeta recebeu livre na área, driblou David Braz e Noguera, e chutou forte. Vanderlei salvou o que seria o segundo gol estrelado.

Vendo sua equipe passar aperto, Dorival Júnior sacou Noguera e apostou em Léo Citadinni, na tentativa de tirar sua equipe do sufoco na defesa. Nem muito pelo mérito do treinador praiano, mas no segundo tempo é que o resultado realmente apareceu.

Aos 3 minutos da etapa complementar, Lucas Romero deu um presente para Ricardo Oliveira. Muito experiente, o atacante do Santos agradeceu marcando o primeiro gol santista: 1 a 1.

O gol fez com que a Raposa sofresse um baque e o time de Mano Menezes sentiu dentro de campo. Aos 15 minutos, novamente ele, Lucas Romero, cometeu falta em Cittadini na área: pênalti. O camisa 9 praiano, veterano e experiente Ricardo Oliveira, fez o segundo dele na tarde em que o Cruzeiro fazia estreia de sua roupa nova, o terceiro uniforme em homenagem ao título da Taça Brasil de 1966.

Vendo seu time ser dominado e sem forças para reagir, Mano Menezes fez alterações. Apostou em Marcos Vinícius e Ramón Ábila. E aos 24 minutos foi a vez da Raposa reclamar pênalti. O próprio Marcos Vinícius chegou pela esquerda, cruzou dentro da área e a bola acertou o cotovelo do zagueiro santista. Houve muita reclamação e pedidos de pênalti por parte dos cruzeirenses, liderados pelo capitão Henrique. Sem o consentimento de Heber Roberto Lopes, o lance seguiu sem a penalidade e o camisa 8 celeste foi amarelado.

A torcida do Cruzeiro seguia quieta, enquanto o torcedor do Santos fazia festa, já que a equipe seguia firme e forte na luta pelo título. A vitória do Peixe deixava o time ainda mais perto do Palmeiras, o líder do Brasileiro.

Mas, aos poucos o Cruzeiro desenhava o que seria do jogo. Aos 31 minutos, Manoel cabeceou, após cruzamento da direita, e obrigou o goleiro santista a fazer um milagre. Por pouco não aconteceu o empate azul estrelado.

Mas a igualdade no placar era questão de tempo. O Santos, mesmo com a vitória momentânea, seguia seu instinto ofensivo e dava espaços. E mesmo com um a menos, já que Arrascaeta foi expulso aos 35, o Cruzeiro conseguiu empatar e complicar a vida do time alvinegro na competição.

Manoel, o audaz, aproveitou cruzamento de Bryan e cabeceou para o fundo das redes de Vanderlei: 2 a 2, placar final da partida.

Com o resultado, o Cruzeiro, enfim, dá um “Feliz 2017” para a torcida. Deixa para trás não só o medo do rebaixamento, mas o desejo de uma pré-Libertadores. O Santos se afasta do título, que cada vez mais está adiante dos olhos do Palmeiras. 

FICHA DO JOGO

CRUZEIRO 2 X 2 SANTOS

CRUZEIRO - Rafael, Lucas Romero, Léo, Bruno Rodrigo, Edimar, Henrique, Ariel Cabral (Bruno Nazário), Arrascaeta, Robinho (Marcos Vinícius), Willian (Ábila) e Alisson. Técnico: Mano Menezes

SANTOS - Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Fabián Noguera (Léo Cittadini) e Zeca; Renato, Thiago Maia (Jean Mota) e Lucas Lima; Vitor Bueno (Lucas Veríssimo), Copete e Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior

GOLS - Arrascaeta, aos 21 minutos, do primeiro tempo; Ricardo Oliveira, aos 2 e aos 16 minutos, e Manoel , aos 43, do segundo tempo

ARBITRAGEM - Heber Roberto Lopes, auxiliado por Kleber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock (trio de SC)

CARTÕES AMARELOS - Alisson, Henrique e Lucas Romero (C); Jean Mota, Lucas Lima e Vanderlei (S)

CARTÃO VERMELHO - Arrascaeta, aos 35 minutos do segundo tempo

LOCAL - Estádio Mineirão, em Belo Horizonte

PÚBLICO - 11.442 pagantes

RENDA - R$ 317.185,00

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