Cruzeiro fala em 'injustiça' por nova punição da Fifa e prepara recurso na Corte Arbitral do Esporte

Guilherme Piu
@guilhermepiu
03/09/2020 às 22:05.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:27

Cruzeiro / Divulgação

Atacante Willian foi contratado ainda na gestão Gilvan de Pinho Tavares, que fez inúmeras dívidas no clube

O Cruzeiro traça alternativas para garantir que o clube não sofra por muito tempo com a nova sanção imposta pela Fifa, que agora impede a Raposa de registrar novos atletas, por causa da dívida com o Zorya, da Ucrânia, ainda pela contratação do atacante Willian “Bigode”, em 2013.

Há um imbróglio que envolve o clube brasileiro e os ucranianos. Mas ambas as partes acertaram um acordo para quitação da dívida estipulada em R$ 6,2 milhões, só que houve mudança de planos por parte do Zorya, e agora o clube europeu alega que assinaturas em documentos assinados por dirigentes ucranianos são falsas.

Em entrevista coletiva na tarde da última quinta-feira, o superintendente jurídico cruzeirense, Flávio Boson Gamboji, disse que a atual punição imposta pela Fifa é injusta. E por isso o Cruzeiro prepara recurso à Corte Arbitral do Esporte (CAS), que é a última instância para resoluções de lides no âmbito desportivo.

Quem defende o Cruzeiro nesse caso junto à Fifa é o advogado Breno Tannuri.

“Pedimos à Fifa para repensar a decisão de punir o Cruzeiro. Ela não tem um prazo para tanto, mas, evidentemente, se alongar além do razoável, o doutor Tannuri está com o recurso à Corte Arbitral do Esporte, que é o órgão recursal da Fifa, para apresentar. Se a Fifa mantiver a decisão ou demorar a tomar a decisão, nós vamos recorrer”, explicou Flávio Boson.

O Zorya alegou à Fifa que o Cruzeiro não cumpriu prazo de pagamento da dívida pela aquisição de Willian. A entidade máxima do futebol já recebeu do Cruzeiro alegações para que a punição seja revista, levando em consideração que há conflitos na relação entre brasileiros e ucranianos.

“Não vamos descansar, estamos usando os nossos canais e nossos representantes na entidade do futebol para que trabalhem e apresentem a pauta do Cruzeiro. Fiz um acordo para pagar com aquele que se diz dono do crédito. Agora vem essa história de que o acordo não foi homologado porque um deles voltou atrás”, completou Boson.

Mas esse recurso só será usado se houver demora considerável da Fifa na análise do primeiro questionamento feito pelo Cruzeiro. Essa primeira tentativa de reverter a decisão que impôs ao clube mineiro o “Transfer Ban” (impedimento de inscrição de novos atletas) até que se pague a dívida.

O acordo

O advogado Flávio Boson explicou ponto a ponto como se deu o acordo entre o Cruzeiro e o Zorya, citou nome de envolvidos na ponte que ficou acordada por meio de concessão de crédito à Alik Management Football, da Estônia, um suposto credor do clube ucraniano. Nessa negociação a Raposa pagaria cerca de R$ 6,2 milhões em dez parcelas ao Alik, com o primeiro pagamento no valor de R$ 627 mil em dez dias após homologação do acordo, e as demais prestações no dia 30 de cada mês até maio de 2021.

Prazo do recurso

A Fifa levou duas semanas para analisar o pedido do Zorya e aplicar a punição no Cruzeiro, segundo Flávio Boson. E o advogado não fez uma previsão certa de quanto tempo levaria para a entidade que comanda o futebol no mundo dar parecer sobre o recurso do Cruzeiro que está em andamento.

No entanto, se houver demora excessiva para o clube receber uma posição, a diretoria já pensará num prazo para interpor recurso no CAS.

“Não é uma decisão só minha, é uma decisão mais do Sérgio. Se fosse depender do futebol, seria ontem. Se fosse depender de mim, que espera resolver, quem sabe, da forma menos conflituosa possível, poderia ser até um mês. Se depender do Tannuri, menos. Aí, a decisão final é do presidente Sérgio, depois de ouvir todos os atores”, explicou, mas dizendo que não se pode esperar demais também.

“A gente não pode esperar muito, porque até para a imagem do Cruzeiro é muito ruim que isso perdure por um prazo que não seja tolerável. Espero que venha uma decisão logo. A gente apresentou a petição de acordo no dia 20, e tivemos, duas semanas depois, uma decisão da Fifa. Eu acredito que num aspecto menor, a gente pode esperar que a Fifa tome uma decisão em um prazo igual”, complementou.

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