Cruzeiro frustra a torcida, sofre com a 'lei do ex', e apenas empata com o Vitória no Mineirão

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
Publicado em 03/07/2016 às 13:06.Atualizado em 16/11/2021 às 04:09.
 (Juliana Flister/Lightpress)
(Juliana Flister/Lightpress)

“Ex bom é ex morto”, uma frase repetida por muitos mortais ao fim de relacionamentos. E para quem acha que a expressão não tem contexto no futebol, está totalmente enganado. O Cruzeiro é a prova disso. Na manhã deste domingo, no Mineirão, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, a Raposa apenas empatou com o Vitória, que iniciou a partida com cinco ex-cruzeirenses no time titular (Diego Renan, Willian Farias, Marinho, Dagoberto e Kieza), fora o técnico Vágner Mancini. O placar de 2 a 2 manteve o time celeste na parte de baixo da tabela. 

Na próxima rodada, o Cruzeiro enfrenta o Atlético-PR, também no Gigante da Pampulha, em um horário pouco usual no futebol nacional, às 20h da segunda-feira (11). Antes, volta a duelar com o próprio Vitória, em Salvador, na quarta-feira (6), pela terceira fase da Copa do Brasil. 

O JOGO

O placar do primeiro tempo não evidenciava tudo o que representou a etapa inicial. Apesar da vitória parcial por 1 a 0, o Cruzeiro sofreu, levou pressão do Vitória e se não fosse o goleiro Fábio, e um pouco de sorte, fatalmente o resultado seria outro.

O Vitória investia muito nas jogadas de linha de fundo, e tanto o setor esquerdo quanto o direito da defesa cruzeirense, inoperante, ficava como uma avenida para a equipe rubro-negra. Quem aproveitava bastante a fragilidade na marcação, executada sem qualquer primor por Bryan e Lucas, era Marinho. Rápido e com dribles curtos, o camisa 7 da equipe baiana “deitava e rolava”. Aí brilhava a estrela do goleiro celeste. 

Logo no primeiro minuto, um trio de ex-cruzeirenses quase fez o coração da torcida celeste sofrer. O atacante Dagoberto avançou pela direita e tocou para Marinho, que “triscou” a bola, e Fábio fez a defesa parcial. Na sobra, Diego Renan perdeu chance incrível.

Com um Vitória mais incisivo no jogo e com maior posse de bola, a Raposa só foi ter sua primeira chance aos 11 minutos. A bola até balançou a rede, mas a arbitragem invalidou o lance acusando impedimento de Riascos, que estava na “banheira”, após cabeçada do zagueiro Bruno Viana. 

A partir daí foi um “Deus nos acuda” para o Cruzeiro, que tinha trabalho com o endiabrado Marinho. Aos 18 minutos, o ex-atacante celeste cortou para o centro da área e chutou forte. Fábio se esticou todo e fez o primeiro milagre com a ponta dos dedos. 

Apesar de ter o domínio do jogo, o Vitória não conseguia ultrapassar a muralha Fábio. E no futebol, “quem não faz, leva”. Aos 23 minutos, Alisson dominou a bola na grande área, girou para cima da marcação e chutou no cantinho de Caíque: 1 a 0 Cruzeiro. 

O gol acordou um pouco os celestes, que tiveram outra boa chance, dessa vez com Arrascaeta. Em cobrança de falta, aos 29 minutos, o uruguaio obrigou o goleiro do time baiano a fazer grande defesa. 

Para justificar o título de “cara do jogo” no primeiro tempo, Marinho obrigou novamente o capitão Fábio a salvar o Cruzeiro. Com a sua “canhota potente”, o camisa 7 do Vitória acertou uma bomba, que o goleiro cruzeirense salvou à queima-roupa. 

Na saída para o intervalo, o autor do gol cruzeirense comemorava o resultado parcial. “Pelo resultado foi bom sair na frente, mas temos que melhorar algumas coisas. Eles estão chegando, estão tendo oportunidades”, enxergou bem Alisson. 

Enquanto isso, Marinho lamentou as chances perdidas pelo Vitória, principalmente por ele. “Primeiro tempo nosso foi muito bem, o Fábio também foi muito bem, conseguiu fechar bem o gol, fez grandes defesas. A gente sai perdendo, com um gostinho ruim, porque a gente foi muito melhor no jogo”, analisou.

A segunda etapa foi marcada por maior equilíbrio entre as duas equipes. Se no primeiro tempo o Vitória teve mais preponderância, apesar da derrota parcial, no segundo tempo o Cruzeiro se soltou mais. Tanto é que fez outro gol, e sofreu um. Com mais espaço em campo e um homem a mais que o Vitória, já que o zagueiro Ramon foi expulso logo aos dois minutos, o time celeste se impôs no início da etapa complementar. E aos oito minutos foi premiado com um belo gol. O meia Alex, que havia entrado há pouco tempo, tocou para Riascos. Na entrada da área, o colombiano, de letra, deixou Arrascaeta livre para fuzilar à meta de Caíque: 2 a 0 Cruzeiro.

A vantagem no placar acendeu ainda mais o Cruzeiro em campo, e um minuto depois do gol, o goleiro Caíque foi obrigado a fazer uma defesa difícil. Riascos bateu cruzado e o arqueiro rubro-negro salvou sua equipe. Aos 13, mais uma vez, Caíque impediu o terceiro gol da Raposa. Dessa vez em chute de Alex. 

Se o Cruzeiro não tinha competência para ampliar, o Vitória transformava em gols suas tentativas ofensivas. Aos 17 minutos, Marinho foi derrubado por Alisson dentro da área. Pênalti para o Vitória. O camisa 7 queria deixar sua marca, e até pegou a bola para fazer a cobrança. Mas coube a outro ex-cruzeirense o primeiro “golpe de traição”. Diego Renan cobrou no canto direito de Fábio: 2 a 1.

O Vitória cresceu no jogo, e não demorou muito a chegar ao empate. Aos 37, Vander, após jogada de Marinho, bateu firme no canto direito de Fábio. 2 a 2, para o desespero da torcida celeste.
Sem muito tempo para reagir, o Cruzeiro subia ao ataque de forma desordenada. Os torcedores empurravam com os cânticos vindos das arquibancadas, mas faltava um algo mais ao time de Paulo Bento. 

CRUZEIRO 2 X 2 VITÓRIA

CRUZEIRO - Fábio; Lucas (Willian), Fabrício Bruno, Bruno Viana e Bryan (Allano); Lucas Romero, Bruno Ramires e De Arrascaeta; Elber (Alex), Alisson e Riascos - Técnico: Paulo Bento

VITÓRIA - Caíque; Victor Ramos, Kanu e Ramon; Diego Renan, Amaral (Vander), Willian Farias, Marinho e Euller; Dagoberto (Tiago Real) e Kieza - Técnico: Vagner Mancini

Gols: Alisson, aos 23min do primeiro tempo; Arrascaeta, aos 8min do segundo tempo (CRU); Diego Renan, aos 18min, e Vander, aos 37 minutos do segundo tempo. 

Cartões amarelos: Bryan, Lucas Romero e Alisson (CRU); Kanu,Ramon e Victor Ramos (VIT)
Cartão vermelho: Ramon (VIT)
Motivo: 13ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Data: domingo, 03/07/2016 
Árbitro: Péricles Bassols Pegado Cortez (Fifa/PE)
Assistentes: Cleberson do Nascimento Leite (CBF/PE) e Bruno César Chaves Vieira (CBF/PE)
Pagantes: 43.821
Renda: R$ 1.318.807,00

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