Uma segunda-feira totalmente incomum em Belo Horizonte, dia em que o Mineirão não só foi palco da vitória do Atlético-PR sobre o Cruzeiro, duelo válido pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, mas, também, recebeu uma visita ilustre: a do novo técnico da seleção brasileira, Tite.

Enquanto os paranaenses ofuscavam a estreia de Rafael Sóbis pela Raposa com a vitória por 3 a 0, gols de Pablo e dois de André Lima, o comandante canarinho, na intenção de modificar a metodologia de trabalho à frente da seleção, observava todos os detalhes da partida e do estádio, acomodado em um dos camarotes do Gigante da Pampulha.

Em seu primeiro compromisso oficial na capital mineira após ser oficializado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Tite viu não só a superioridade do Furacão diante da equipe de Paulo Bento, também fez avaliações individuais de atletas e conheceu melhor o Mineirão, que sediará o maior clássico do futebol sul-americano em novembro, Brasil e Argentina, na 11ª rodada das eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018.

"Venho  com uma nova ideia, para honrar minha responsabilidade como profissional, fazendo o acompanhamento de atletas e sentir a atmosfera, o clima, que são diferentes quando se vê os jogos por vídeo", disse explicando sua presença em Belo Horizonte.

Tite tentou desconversar quando perguntado se havia vindo a Minas Gerais para observar algum atleta em específico no duelo entre Cruzeiro e Atlético-PR. Entretanto, o treinador deixou escapulir alguns nomes.

“Todos os jogadores, independentemente da idade, Otávio no Atlético-PR ou um Fábio ou Henrique do Cruzeiro, todos estão sendo , observados”, comentou.

Na noite desta segunda-feira, Tite viu um Cruzeiro mais compacto e com chances de gol apenas na primeira etapa. O segundo tempo foi todo do Atlético-PR, que matou a Raposa com três punhaladas certeiras. Entretanto, o treinador garantiu que sua vinda ao Mineirão não foi para ver quem estava melhor ou pior, o time azul ou o rubro-negro. “Meu papel é de tecnico, mas muito mais de selecionador”, frisou.

Se a torcida não teve paciência com o presidente cruzeirense Gilvan de Pinho Tavares, que ouviu vários xingamentos vindos das arquibancadas, o carinho de quem viu Tite demonstrava um comportamento totalmente diferente. O novo técnico do Brasil foi aplaudido e recebeu muito incentivo.

“Esse sentimento tive com carinho. Responsabilidade é muito grande. Poder levar isso para os atletas também”, falou sobre a recepção mineira antes de sua entrada nos bastidores do estádio.

Se o discurso de Tite mostrava felicidade pelo apoio, a conversa pós-jogo dos atletas do Cruzeiro não tinha nada de animo. Principalmente para quem foi vaiado toda vez que encostava na bola.

"Às vezes a torcida mira um e acaba virando o alvo. Não só eu fui vaiado, mas é assim mesmo. Quando a bola não entra, a torcida pega no pé", explicou o cruzeirense Allano.

Leia mais:
Bruno Rodrigo assume responsabilidade após vaias e xingamentos ao Cruzeiro no Mineirão
Ações e reações de uma segunda que entrou para a história cruzeirense

FICHA DO JOGO

CRUZEIRO 0 X 3 ATLÉTICO-PR

CRUZEIRO - Fábio; Lucas, Bruno Rodrigo, Bruno Viana e Edimar; Henrique, Ariel Cabral (Allano), Robinho (Riascos) e Arrascaeta; Rafael Sóbis (Gino) e Willian. Técnico: Paulo Bento

ATLÉTICO-PR - Weverton; Léo, Paulo André, Wanderson e Sidcley; Otávio, Hernani e Vinícius; Pablo (Marcos Guilherme), Nikão (Marcão) e Walter (André Lima). Técnico: Paulo Autuori

GOLS - Pablo, aos 19, e André Lima, aos 22 e aos 34 minutos do segundo tempo

ARBITRAGEM - Anderson Daronco, auxiliado por José Eduardo Calza e Elio Nepomuceno de Andrade Junior (Trio do RS)

CARTÕES AMARELOS - Arrascaeta (C); Weverton, Wanderson, Vinícius e Marcão (A)

LOCAL - Estádio Mineirão, em Belo Horizonte

PÚBLICO - 32.042 torcedores

RENDA - R$ 876.757,00

Compartilhar