
A dobra dos 31 pontos que fazem do Juventude o dono da quarta melhor campanha do turno da Série B do Campeonato Brasileiro dá 62. E esta foi a marca que garantiu o acesso do Atlético-GO, como quarto colocado, na edição do ano passado. Usando esses dois dados como parâmetro, o Cruzeiro precisará no returno da competição, que para ele começa na próxima sexta-feira (6), contra o Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, repetir a campanha que o rival Atlético fez no returno da Segundona de 2006 para conseguir o acesso.

A Raposa é o grande com pior campanha no turno da Série B desde 2006, quando a competição passou a ser disputada no sistema de pontos corridos, com 20 equipes. Mesmo somando os seis pontos descontados da classificação por causa de punição imposta pela Fifa, os cruzeirenses somaram 26 nos primeiros 19 jogos pelo torneio.
A pior marca era do rival Atlético, em 2006, com 29 pontos. O Galo chegou ao título graças aos 42 pontos marcados no returno, fruto de 13 vitórias, três empates e três derrotas. aproveitamento de 73,68%.
Como comparação, no turno o Cruzeiro ganhou 45,61% dos pontos disputados, mas seis deles foram retirados da classificação por causa da punição imposta pela Fifa.
Agora, com 20 pontos na tabela de classificação, o Cruzeiro joga as 19 partidas finais, com base nos números atuais da Segundona do Campeonato Brasileiro, precisando dos mesmos 42 pontos que o rival somou há 14 anos.
A tarefa não é fácil. A campanha atleticana é a segunda melhor de um grande no returno da Série B. Só perde para os 46 pontos alcançados pelo Corinthians em 2008. Depois, um integrante do chamado G-12 do futebol brasileiro conseguiu no máximo 38 pontos na metade final da Segundona, marca alcançada pelo Internacional, em 2017, quando terminou como vice-campeão, com o América levantando a taça.
Otimismo
Os 62 pontos para o acesso podem não ser o necessário para subir, pois este número pode recuar. E esta é a previsão do site Probabilidades no Futebol, mantido pelo Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Pelos cálculos, com 58 pontos, um clube tem 52,4% de chances de acesso. Na história da Série B, só em 2007 58 pontos seriam suficientes para uma equipe garantir o acesso. A marca da vaga à Série A, nas últimas cinco edições do torneio, ficou entre 64 e 61.
A zona rebaixamento só deixou de ser ocupada pelo Cruzeiro na última rodada. O discurso de Luiz Felipe Scolari é de pés no chão. Mas o sonho da torcida é o acesso, que seria fundamental para a crise financeira que o clube atravessa.