Por que sair?

Cruzeiro teve receita liquida no ano passado jogando no Mineirão, aponta gestor da Minas Arena

Paulo Duarte
plima@hojeemdia.com.br
Publicado em 24/01/2023 às 12:10.
 (Reprodução / Youtube Bora Pra Resenha)

(Reprodução / Youtube Bora Pra Resenha)

Após o rompimento entre Cruzeiro e Mineirão, confirmada por Ronaldo Fenômeno, sócio majoritário da Saf Cruzeiro, o diretor comercial da Minas Arena, Samuel Lloyd, disse que vai procurar pelo gestor para tentar encontrar uma solução para a volta do clube celeste para o estádio. 

Em entrevista ao podcast Bora Pra Resenha, o diretor revelou detalhes que foram colocados por ambas as partes e que não conseguiram chegar a um acordo. Um dos pedidos da gestão celeste era ter os lucros dos bares divididos com a Minas Arena, que atualmente é a detentora de 100%. Segundo Lloyd, é um fato inviável, já que essa receita ajuda a empresa a chegar às metas estabelecidas em contrato assinado com o Governo de Minas. 

“O Mineirão multiplicou receitas para o futebol no ano passado. Foram R$ 38 milhões somados de Atlético e Cruzeiro em renda líquida. A discussão de custo fica esvaziada, porque se no final das contas o que vale é o dinheiro no bolso, a discussão é inócua”, contou Lloyd.

Uma alternativa oferecida pela Minas Arena ao clube, foi ter uma receita compartilhada de novos patrocinadores trazidos pelo Cruzeiro para o estádio, além de manter as mesmas cláusulas contratuais do ano passado, quando o clube jogava a série B. Porém, não foi aceito pela cúpula celeste.

Diante do rompimento, Samuel frisou a importância da empresa ter eventos alternativos no Gigante da Pampulha. “Com a declaração do Ronaldo, imagina se eu não tivesse nenhum calendário de eventos, o que seria do Mineirão? A gente precisa captar esses eventos para ter uma Arena viva. Mas é óbvio que a gente faz isso de uma forma que tenha flexibilidade”.

Custos do Mineirão

Um dos fatos que sempre foi discutido e apresentado como um impasse, era sobre o alto custo do Mineirão para promover uma partida. De acordo com Samuel Lloyd, o custo operacional por partida é mais simples do que parece.”Se a gente tem um jogo de 20 mil torcedores por jogo o custo por torcedor é abaixo de 10 reais. E se eu tenho um jogo de 50 mil, eu tenho um custo que cai para menos de sete reais. Significa que cobrando 20 reais por ingresso, você sai com receita líquida. A gente sabe que há muito tempo não tem ingresso a 20 reais no futebol. O estádio grande permite resultado O custo do Mineirão é esse, é o custo do torcedor”, ponderou o gestor.

Para ele, o Cruzeiro pode encontrar dificuldades em jogar em uma Arena menor, como o Independência, pensando no potencial número de sócio-torcedores do clube. O que aconteceu com o rival no ano da conquista do triplete, em 2021. Ele ressaltou que só na temporada passada a receita líquida do Cruzeiro foi positiva utilizando o Mineirão, já que pode levar um número maior de adeptos aos jogos.

Lloyd sabe que a relação desgastada entre Minas Arena e Cruzeiro não é uma novidade, ainda mais com a dívida que o clube tem com a empresa. Mas, os valores arrecadados nos moldes antigos do contrato, com vendas de camarotes e áreas vip, valiam a pena manter o mínimo de tratativas com a Raposa.

Com a chegada da SAF, a situação melhorou, porém, por parte da gestora do Gigante da Pampulha, veio a incerteza de como será feito o pagamento da dívida celeste para a Minas Arena. “A gente precisa receber essa dívida, ou fazer um acordo como fizemos no passado, porque eu não posso dar perda nesse balanço”, disse Lloyd.

Mesmo com toda instabilidade entres as partes, Samuel entende que não consegue ver o Mineirão sem futebol, e por isso, vai buscar restabelecer uma relação com Ronaldo para tentar encontrar uma solução, “mas que precisa ser uma relação ganha-ganha”. 

Nesta terça-feira (24), os gestores da Minas Arena irão se reunir para discutir sobre quais os rumos irão tomar sobre o “caso Cruzeiro”.

Leia mais

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por