Cruzeiro: torcida protesta pelo fim da 'Família União', no Barro Preto

Marcelo Jabulas
@mjabulas
11/01/2020 às 17:43.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:16
 (Marcelo Jabulas)

(Marcelo Jabulas)

Indignação. É esse o sentimento dos cerca de 250 torcedores do Cruzeiro que se concentraram num dos portões da sede do clube, no Barro Preto, em Belo Horizonte, na tarde deste sábado (11). Sem participação de torcidas organizadas, carro de som, cartolas ou dirigentes, a manifestação é por uma reformulação completa no clube. Os torcedores exigem novo estatuto, mais transparente, o fim da chamada "Família União" e a volta de Vittorio Medioli e Pedro Lourenço à administração do clube. 

A manifestação foi realizada por torcedores comuns, que vestiam camisetas celestes - alguns com uniformes de torcidas. Não houve adesão das agremiações oficiais. Dentre os cânticos entoados, alguns mais exaltados, outros, pacifistas. Mas o que se via na rua dos Guajajaras era repúdio à administração do clube e uma conclamação para que o torcedor seja o protagonista da reestruturação do Cruzeiro.

"Quem vai levantar o Cruzeiro não serão empresários com muito dinheiro, será a torcida", gritou um dos torcedores, apoiado no pneu de um carro estacionado.

"Estamos exigindo o fim da 'Família União'. Todos aqui são torcedores comuns, que querem ajudar o Cruzeiro. Queremos contribuir para tirar o clube dessa situação, mas queremos transparência. Queremos que o dinheiro de cada um seja para ajudar o clube e não para o bolso desse pessoal. O Cruzeiro é um espelho do Brasil, onde nossos impostos custeiam a vida de corruptos", reclamou o torcedor Jadson Pires.

"Família União"

A tal "Família União" é referência a um grupo de aplicativo, com participantes vinculados à antiga gestão do clube, como antigos dirigentes e conselheiros. Segundo os torcedores, esse grupo não quer que ocorram mudanças no time e tem se beneficiado pela falta de transparência. "A torcida quer o Pedrinho e o Medioli de volta. Hoje, é uma manifestação pequena. No dia 22, espero que a torcida encha o Mineirão e vamos apoiar o time e aumentar nosso protesto. Somos a única coisa que o Cruzeiro tem hoje, o torcedor. E cabe a nós reerguer o time", acrescentou Milton Almeida. 

Também torcedor do time celeste, Rodrigo Mattar engrossou o coro. "Em 2020 estaremos ligados no 220 (volts), Ninguém vai largar essa p****". Na opinião dele, o amor do torcedor é fundamental nesse momento.  

Por volta das 15h30, os manifestantes levaram o protesto para a frente da sede administrativa do clube, na rua Timbiras, onde afixaram uma faixa de protesto.

Desde o primeiro trimestre de 2019, o Cruzeiro mergulhou numa crise que levou o time ao rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. A dívida do clube é avaliada em R$ 800 milhões. A torcida não aceitou a saída de Pedro Lourenço e de Medioli, apesar de o prefeito ter declarado que não poderia assumir a função de CEO do clube por exercer mandato de chefe do executivo em Betiim. Estão previstas para maio eleições que irão definir a nova diretoria do clube.

O Cruzeiro estreia no Campeonato Mineiro no próximo dia 22, no Mineirão, às 21h30, contra o Boa Esporte.

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