Cruzeiro vai à polícia e pede abertura de inquérito por crime de explosão contra sede do clube

Guilherme Piu
@guilhermepiu
16/09/2020 às 18:50.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:33
 (Igor Sales/Cruzeiro)

(Igor Sales/Cruzeiro)

Igor Sales/Cruzeiro

A diretoria do Cruzeiro se movimentou nos últimos dias, juntou todas as evidências necessárias e, na tarde desta quarta-feira, foi à Polícia Civil apresentar notícia-crime por atos de vandalismo cometidos contra uma das sedes cruzeirenses.

O departamento jurídico da Raposa pede que seja aberto um inquérito policial para que sejam apuradas práticas delituosas de explosão, dano e associação criminosa por fogos de artifício arremessados em direção ao prédio "Sede Administrativa", na rua Timbiras, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

No dia 4 de setembro o prédio onde funciona o “coração do Cruzeiro” foi atingido por foguetes no momento em que o presidente Sérgio Santos Rodrigues transmitia via Youtube, ao vivo, o décimo quinto programa “Live do Presidente”. Os responsáveis ainda não foram identificados. 

Segundo apurou o Hoje em Dia, um membro da cúpula cruzeirense esteve na 3ª AISP (Áreas Integradas de Segurança Pública) e protocolizou um documento de nove páginas. Na verdade, o dirigente entregou no setor de protocolo uma peça com todo o relato dos fatos, mostrando, inclusive, capturas fotográficas (prints) das imagens do circuito interno de segurança da sede administrativa do Cruzeiro.

“O episódio ocorreu durante transmissão da ‘Live do Presidente #15’, transmitida pelas redes sociais, e que se encontra disponível no canal ‘Cruzeiro Esporte Clube’, do Youtube. Ademais, é possível ouvir as explosões a partir dos 17 minutos e 17 segundos do referido vídeo (...) Nesse sentido, as câmeras de segurança do local também captaram o momento em que o autor, não identificado, parou o veículo em frente à sede do Noticiante, em um veículo branco, retira um foguete de dentro do veículo e o acende, direcionando-o para o prédio do Noticiante”, relata parte do documento obtido com exclusividade pelo Hoje em Dia.Reprodução / N/A

Notícia-crime

O documento de notícia-crime a que o HD teve acesso foi produzido pelo escritório “Ariovaldo Campos Pires Advogados". Na peça, os advogados do clube pedem também que os autores do vandalismo contra a sede do Cruzeiro sejam identificados e que, para isso, a Polícia Civil faça oitiva de testemunhas e diligências que possam formar no futuro a “opinião do Ministério Público quanto ao oferecimento de denúncia em desfavor dos responsáveis pelo crime de explosão”.

Na notícia-crime apresentada à Polícia Civil os advogados contratados pelo Cruzeiro citaram também que o episódio que envolveu os foguetes poderia ter colocado em risco funcionários do clube.

"Tal conduta possui extrema relevância, vez que além dos danos contra o patrimônio do Noticiante, colocou-se em risco a integridade física das pessoas que laboram no local, o que poderia ocasionar graves acidentes, na hipótese de explosão dos fogos entro do edifício, caso adentrasse em ima das janelas do prédio", diz outra parte do relato. 

Código Penal

O Cruzeiro cita no relatório produzido que mais de uma pessoa participou da ação, por isso incluiu pedido de associação criminosa como um dos delitos cometidos pelo grupo. 

As práticas criminosas citadas pelo Cruzeiro no documento de notícia-crime estão tipificadas em três artigos do Código Penal Brasileiro:

 - Artigo 251 (Expor a perigo  bida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simple colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos), com pena de reclusão, de três a seis anos, e multa; 

 - Artigo 163, parágrafo único (Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia; se o crime é cometido com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave".

 - Artigo 288 (Associarem-se três ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes, com pena de reclusão de um a três anos. Reprodução

Delitos citados pelo Cruzeiro no documento de "Notícia-Crime"Reprodução

 Reprodução

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

  

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