Cruzeiro volta aos treinos com missão dentro de campo, em meio a crises

Alexandre Simões e Guilherme Piu
24/06/2019 às 20:55.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:15

Carregando nas costas o peso das crises financeira e política que atingem o clube. Assim a comissão técnica e os jogadores do Cruzeiro voltaram aos trabalhos na tarde de ontem, na Toca da Raposa II, depois de 11 dias de férias por causa da parada para a disputa da Copa América, que tem o Brasil como sede. Na previsão orçamentária de 2019, a diretoria cruzeirense colocou em R$ 90 milhões a arrecadação esperada na temporada com a premiação pelos feitos nas três principais competições que o clube disputa (Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil). Isso influenciará também em parte da cota de televisão para a próxima temporada. Título Com salários e premiações atrasados, o Cruzeiro briga entre 11 e 30 de julho por cerca de R$ 11 milhões a mais no seu cofre. Diante do Atlético, na Copa do Brasil, a vaga nas semifinais vale R$ 6,7 milhões. Logo após os confrontos com o maior rival, a Raposa encara o River Plate, da Argentina, brigando pela presença nas quartas da Libertadores e por mais R$ 4,6 milhões como cota pelo jogo em que será mandante. É impossível para o Cruzeiro atingir a marca dos R$ 90 milhões previstos no orçamento sem vencer a Libertadores, que paga cerca de R$ 45 milhões ao seu campeão, ou a Copa do Brasil, onde a taça vale R$ 52 milhões. Política Além da responsabilidade financeira, que não é pequena, a política também é enorme. Os confrontos contra Atlético e River Plate e a saída da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro são fundamentais para que a atual diretoria tenha pelo menos chances de ser manter à frente do clube. A importância dos confrontos pelas Copas do Brasil e Libertadores na crise política fica evidente na batalha entre o presidente do clube, Wagner Pires de Sá, e o do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, pela data da reunião em que os conselheiros analisarão os esclarecimentos da diretoria em relação às várias denúncias que atingem o clube há um mês. Em 15 de junho, Perrella divulgou uma carta em que pedia o afastamento de Pires de Sá e parte da sua diretoria e convocando uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, para tratar desse afastamento, para dois dias depois, uma segunda-feira. No dia 17 de junho, o presidente do Conselho Deliberativo mudou a data da reunião. Sua alegação era de que não estava sendo respeitado o prazo legal, de no mínimo 15 dias, e que o time teria compromissos importantes em julho. Por isso, ele remarcou o encontro dos conselheiros para 5 de agosto, depois de o Cruzeiro encarar Atlético e River Plate, pelas Copas do Brasil e Libertadores, respectivamente. A reação de Wagner Pires de Sá foi rápida. E ele, como presidente do clube, convocou a reunião do Conselho Deliberativo para 8 de julho, três dias antes de o Cruzeiro iniciar sua maratona decisiva do próximo mês recebendo o Atlético, no Mineirão. Está claro que a grande preocupação é tirar o desempenho da equipe de Mano Menezes, nos mata-matas pelas Copas do Brasil e Libertadores, de uma reunião tão importante, que pode definir o futuro da diretoria. É neste cenário que o time do Cruzeiro reinicia a temporada. Carregando nas costas a pressão pelas crises econômica e financeira do clube.

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