Ídolo da camisa amarela e das grandes defesas no clássico

Alberto Ribeiro - Do Hoje em Dia
18/01/2013 às 07:31.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:45
 (Cruzeiro/Arquivo)

(Cruzeiro/Arquivo)

Poucos jogadores viveram tão profundamente a história do clássico entre Atlético e Cruzeiro quanto Raul. Com o status de ser o quarto atleta que mais vestiu a camisa estrelada, o goleiro, famoso por suas belas defesas, protagonizou momentos marcantes nos duelos entre os rivais, ao longo dos 12 anos à frente da meta estrelada.

O que ninguém esperava é que aquele jovem e tímido jogador, que chegou ao Barro Preto sem festa, apenas para compor o elenco, começasse a desenhar a sua história com a camisa estrelada justamente em um clássico diante do maior rival. Naquela tarde de 29 de junho de 1966, Raul ganhou as manchetes dos jornais não somente por suas grandes defesas, que garantiram o empate em 0 a 0, mas também pelo uniforme peculiar.

Raul chamou a atenção por sua camisa amarela, que depois se tornou um item folclórico, espantando os mais de 25 torcedores presentes no Mineirão. O uniforme, na verdade, surgiu de improviso. O árbitro da partida obrigou o goleiro a mudar a camisa preta que estava usando, pois poderia ser confundido com ele ou outros jogadores.

Como não havia outra no vestiário do Cruzeiro, a solução foi improvisar. O lateral Neco emprestou-lhe um agasalho amarelo, e os roupeiros fizeram o número 1 com fita isolante. Depois, a camisa amarela passou a ser sua marca.

“O presidente do Cruzeiro na época, Felício Brandi, gostou tanto daquilo que me fez usar a camisa amarela desde então. Ele era muito supersticioso e, como eu fiz grandes defesas naquele dia, imediatamente comprou mais dez camisas”, relembra Raul.

REI DOS PÊNALTIS

Não demorou muito para Raul se tornar ídolo da torcida estrelada. Jogar contra o Atlético, para ele, era especial. Foram muitos clássicos contra o rival, mas o ex-goleiro relembra que teve mais alegrias do que tristezas.

“Era muito especial o clássico. Tantos jogos interessantes, com craques dos dois lados, mas posso dizer que ganhei vários campeonatos mineiros. Foram nove, no total”, destaca Raul, envaidecido por nunca ter sofrido um gol de pênalti do rival.

“Eu nunca tomei um gol de pênalti no tempo normal de partidas contra o Atlético”, observa o ex-jogador.

Decisão

Ele destaca o primeiro clássico da decisão do Campeonato Mineiro de 1968. O Cruzeiro venceu por 3 a 1, mas a partida poderia ter tomado um rumo diferente, se Raul não tivesse defendido o pênalti cobrado por Ronaldo, logo aos 5 minutos do primeiro tempo.

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