
O polêmico duelo entre Cruzeiro e Atlético, realizado no último domingo (26), parece que estar longe de ter um fim. Na tarde desta segunda-feira, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou a súmula do árbitro pernambucano Nielson Nogueira Dias sobre os fatos do clássico. A situação, como era de se esperar, pode ficar trágica para a Raposa. No relato, o juiz afirmou ter sido ofendido por dirigentes estrelados e não poupou críticas à torcida celeste.
Em um dos trechos da súmula, Nielson afirmou que dirigentes da Raposa entraram no gramado ao final do primeiro tempo, reclamando de sua postura em campo e proferindo mensagens não tão cordiais.
Além de relatar as ofensas dos dirgentes celestes, o árbitro da partida não deixou ileso o arremeço de copos, lata de buzina à gás, celular e relógio por parte da torcida estrelada, logo no início da etapa complementar. Segundo o árbitro, a partida só foi reiniciada após a garantia de segurança da Polícia Militar. Ao mesmo tempo, Nielsen não colocou na súmula que um dos torcedores foi identificado, o que pode ser agravante.
Por fim, o árbitro afirmou ter anexado todas os objetos listados e classificou o comportamento da torcida como "péssimo" e o policiamento apenas como "regular". Vale lembrar que Nielson Nogueira Dias é militar em Pernambuco.
A Raposa pode ser denunciada no artigo 213, III, § 1º, combinado com o artigo 184, todos do CBJD, o mesmo em que foi enquadrada em no clássico de dezembro do ano passado, quando foi lançado das arquibancadas um artefato explosivo em direção ao goleiro Renan Ribeiro. O código pune a equipe que “deixa de tomar providências capazes de prevenir e reprimir: lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo".
Caso não é isolado
A conduta da torcida celeste não é um caso isolado na competição. Em setembro de 2005, a equipe foi obrigada a jogar contra o Juventude, no dia 1º de outubro, com portões fechados, no mesmo Independência, devido a um relógio que foi atirado na partida contra o Fluminense, no mês anterior. Em outubro do ano seguinte, a Raposa atuou sem a força de sua torcida diante do Fortaleza, novamente no Gigante do Horto, devido a uma pilha atirada no auxiliar na partida contra o Palmeiras, em setembro anterior.
Mais recentemente, o clube foi obrigado a jogar a mais de 100 km distante de sua sede, devido a um artefato explosivo jogado em direção ao goleiro Renan Ribeiro, no clássico que livrou o clube do rebaixamento, em dezembro de 2011.