Cerca de cem mil torcedores do Cruzeiro se reuniram, dentro e fora do Mineirão, no último dia 1º, para comemorar a conquista do Campeonato Brasileiro. Assim que o confronto diante do Bahia terminou, membros das facções Máfia Azul e Pavilhão Independente iniciaram mais uma batalha campal, no local onde seria realizada a festa do tri.

Além de frustrar e traumatizar quem estava no local apenas para comemorar, os indivíduos podem ter causado outro dano ao clube. Isso porque o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou a Raposa pelos incidentes. A audiência ocorrerá na próxima segunda-feira e, se condenado, o clube da Toca pode perder de um a dez mandos de campo.

O episódio é apenas mais um envolvendo os dois grupos, que vêm se enfrentando sistematicamente pelas ruas da capital, em dias de jogo do time estrelado. “Eles medem o poder pela forma como um fere o outro. A ‘força’ está relacionada à violência utilizada para agredir um rival: se furou um olho, quebrou uma perna”, exemplifica o coronel Antônio de Carvalho, chefe do Comando de Policiamento Especializado de Minas Gerais.

A última confusão entre as gangues está sendo analisada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pode acarretar o banimento das organizadas. “Identificamos membros das duas torcidas na confusão e encaminhamos o Boletim de Ocorrência ao Ministério Público”, diz o coronel.

O caso está sob responsabilidade do promotor Edson Antenor Lima Paula. No entanto, ele não quis comentar o assunto, até que termine a análise dos documentos.

Reincidente

Será a segunda vez neste ano que o Cruzeiro se sentará no banco dos réus, pela atitude dos dois grupos. Em 13 de outubro, os mesmos indivíduos se enfrentaram no estádio Independência, antes mesmo do início do clássico entre Atlético e Cruzeiro. A selvageria nas arquibancadas do Horto custou a perda de um mando de campo à Raposa, cumprido contra a Ponte Preta, em Uberlândia.  

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