Cruzeiro

Carta assinada por Ronaldo prevê alienação de imóveis para pagar dívidas do Cruzeiro; entenda

Gustavo Andrade
@gfandrade
Publicado em 15/03/2022 às 10:58.
 (XP/DIvulgação)

(XP/DIvulgação)

Em 18 de dezembro, ao lado de Sérgio Santos Rodrigues e gestores da XP, responsáveis pela intermediação do negócio, Ronaldo assinou uma carta de intenção de compra de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) formada pelo Cruzeiro. Aquele documento prevê que imóveis da associação, como a sede no Barro Preto, possam ser vendidos caso a SAF não consiga pagar todas as dívidas dentro do prazo previsto em lei.

Atualmente, o Cruzeiro tem mais de R$ 1 bilhão em dívidas. A lei determina que a SAF repasse à associação civil 20% da receita que obtiver e 50% do lucro cabível. Essa receita deve ser encaminhada ao clube para o pagamento de credores. 

Em até seis anos, caso a SAF consiga gerar receita para pagamento de 60% da dívida, o Cruzeiro tem direito a pedir mais quatro anos para pagar o restante. Depois desse prazo, se não for paga a totalidade dos valores devidos, a lei indica que a SAF responderá pelas obrigações da associação civil. 

Diante desse cenário, Ronaldo quer ter garantias de que poderá pagar as dívidas herdadas de gestões anteriores do Cruzeiro. Todavia, membros de sua gestão avaliam que apesar de a carta de intenção de compra das ações SAF ter abordado a possibilidade de venda de imóveis da associação, Sérgio Santos Rodrigues pode ter extrapolado seus poderes ao realizar essa oferta, uma vez que essa possibilidade não é prevista no estatuto do clube.

Nessa segunda-feira (14), o Superesportes informou que Ronaldo se reuniu com membros da Mesa Diretora do Conselho Deliberativo do clube e que o ex-atacante apresentou “demandas delicadas” para ter mais segurança em sua operação. A Itatiaia noticiou que essas demandas passam pela inclusão das Tocas da Raposa I e II na aquisição de ações da SAF.

Ao assinar a carta de intenções em 18 de dezembro, Ronaldo se comprometia a investir R$ 400 milhões na SAF ao longo dos próximos anos. Por enquanto, ele desembolsou cerca de R$ 26 milhões, em forma de empréstimo, para que fosse pago o transfer ban imposto pela Fifa que impedia o clube de registrar jogadores no início desta temporada.

A diligência interna, iniciada após a assinatura da carta, tem prazo de 120 dias. Assim, Ronaldo tem até 18 de abril para concluir a aquisição das ações da SAF do Cruzeiro.

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