(Lucas Prates)
A taça do Campeonato Brasileiro poderia estar, neste domingo (6), no Mineirão. O caminhão do Corpo de Bombeiros, onde as equipes desfilam após as grandes conquistas, foi oferecido, e a consulta sobre a reserva de uma churrascaria para a comemoração do tricampeonato foi feita. Nada disso aconteceu. A decisão cabia a apenas uma pessoa, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares. E ele vetou qualquer tipo de atitude que caracterizasse uma festa antecipada.
Após o apito final da goleada de 3 a 0 sobre o Grêmio, a volta olímpica dos jogadores no Mineirão, com Éverton Ribeiro carregando nas mãos uma taça de papel, que foi entregue por um torcedor, e Dagoberto em cima de uma das traves, era a imagem de uma comemoração de título.
Matematicamente, ainda faltam dois pontos ao Cruzeiro para a conquista do tricampeonato brasileiro. Ou um empate do Atlético-PR. Um dos líderes do grupo, até pela sua experiência, pois disputou todos os Brasileirões deste século, e já venceu três, o atacante Dagoberto justificou a atitude. “Não vamos ser hipócritas. O Cruzeiro já é campeão brasileiro. Atropelamos todos os adversários, com muita humildade. Falta pouco para coroarmos essa história bonita, que foi construída”, garantiu o jogador.
O “falta pouco” destacado pelo camisa 11 são exatamente os dois pontos, conquistados pelo time ou perdidos pelo Atlético-PR, que separam o Cruzeiro do tricampeonato. Ao técnico Marcelo Oliveira coube a tarefa de administrar as duas manifestações. A cautela é uma marca dele, em toda a carreira, e isso ficou demonstrado quando garantiu: “A comemoração do título pode acontecer na quarta-feira, se continuarmos focados no nosso objetivo. No futebol, você tem que garantir numericamente ou matematicamente a conquista. E ela está muito próxima”.
Por outro lado, o treinador garantiu ter sido justa a festa de seus jogadores e da torcida, pois se a taça não foi garantida ontem, ele acredita na conquista do tricampeonato brasileiro na próxima rodada, quando o Cruzeiro encara o Vitória, no Barradão, em Salvador, e o Atlético-PR vai a Santa Catarina encarar o Criciúma.
Ansiedade
Uma marca dos pontos corridos, quando uma equipe dispara na liderança, como aconteceu com o Cruzeiro em 2013, é justamente a ansiedade pela confirmação do título. Isso moveu jogadores e torcedores no início da noite de domingo, no Mineirão. Como bons mineiros, Gilvan e Marcelo preferem a cautela.
Uma certeza de todo mundo é que só um milagre tira a taça da Toca da Raposa, impede o desfile no caminhão dos Bombeiros e apaga a churrasqueira.
*Colaborou Pedro Artur