Logotipo Rádio HED

Redação: (31) 3253-2226

Comercial: (31) 3253-2210

Redação: (31) 3253-2226 - Comercial: (31) 3253-2210

Cruzeiro cede empate no fim e está em situação dramática na Libertadores

Wallace Graciano - Hoje em Dia
Publicado em 21/03/2014 às 00:13.Atualizado em 20/11/2021 às 16:45.
Um balde de água fria caiu sobre o Cruzeiro. Após se mostrar aguerrido durante todo o confronto contra o Defensor (URU) e ter a vitória nas mãos, a Raposa vacilou quando menos poderia e permitiu que o time uruguaio chegasse ao empate por 2 a 2 nos últimos segundos do duelo realizando nesta quinta-feira (20), no Mineirão. Everton Ribeiro e Júlio Baptista chegaram a dar a vantagem de dois gols para os celestes, mas Gedoz e Zeballos transformaram o sonho do tri da Libertadores em um pesadelo para os torcedores estrelados. 
 
O ponto heroico fez com que o Defensor chegasse aos sete pontos, mantendo a diferença de três para o Cruzeiro, terceiro colocado. Agora, para se classificar, o Cruzeiro é obrigado a vencer seus próximos dois confrontos, contra Universidad de Chile, líder do grupo com nove tentos, e Real Garcilaso, lanterna da chave, com três. 
 
O Cruzeiro agora dá uma “pausa” na Libertadores e volta suas atenções para o Campeonato Mineiro. Nos próximos dois domingos, 23 e 30 de março, a Raposa encara o Boa Esporte visando uma vaga na decisão do estadual. O próximo desafio no torneio continental será contra o Universidad de Chile, no dia 3 de abril, no estádio Nacional. A partida terá início às 20h45.
 
Clima de Libertadores
 
Se um pai queria explicar ao seu filho o porquê da Copa Libertadores ser uma competição tão complicada de se vencer, ele teve um grande exemplo nesta quinta-feira (20), durante o embate entre Cruzeiro e Defensor. Apesar das duas equipes apresentarem qualidade técnica e tática, foram a catimba e a tensão, ingredientes tão peculiares ao torneio continental, que ditaram a tônica de todo o duelo. 
 
Precisando da vitória, o Cruzeiro tentou “abafar” o adversário desde o início. O problema é que a empolgação trazia consigo a ansiedade. Em várias oportunidades ela se mostrou evidente, prejudicando a conclusão das jogadas dos comandados de Marcelo Oliveira. Tanto foi que a Raposa praticamente só assustou a meta de Martin Campaña com chutes de média e longa distância, mostrando uma certa “precipitação”.
 
O Defensor, por sua vez, “encarnava” a essência uruguaia. Era um time de qualidade técnica, claro, mas que fazia do poder combativo sua maior virtude. Bem posicionados, os jogadores irritavam os adversários a cada jogada e se mostravam perigosos com os contra-ataques, chegando em duas oportunidades no gol celeste. Fábio precisou estar atento. 
 
O jogo era intenso e nervoso. Deixava claro que faltava apenas uma faísca para o clima “estourar” de vez. E ela veio no final da primeira etapa. Aos 46 minutos, Dagoberto tentou avançar pelo meio da marcação, mas foi derrubado. Falta! Correa, que passava por ali, deu um leve pisão no atacante, muito para intimidá-lo. A confusão foi deflagrada. Empurra-empurra, ameaças e a turma do “deixa disso” tendo trabalho para evitar o tumulto. Resultado do confronto: um expulso de cada lado (Nilton do lado azul e Malvino pelos uruguaios).
 
Confusão acabada, o relógio apontava 50 minutos e o Cruzeiro teria a última chance de balançar a rede. Everton Ribeiro sabia disso e ajeitou a bola com carinho, enquanto combinava uma jogada com seus companheiros. Eles obedeceram. Quando o árbitro apontou, dois atletas celestes avançaram fazendo de conta que iam cobrar a falta. A barreira abriu. De canhota, o camisa 17 chutou colocado para estufar o barbante: 1 a 0. O Mineirão ia abaixo e a Raposa tinha uma  vantagem importante para a etapa complementar.
 
Golpe certeiro
 
A tônica da primeira etapa permaneceu na complementar. Os últimos 45 minutos do confronto foram de pura tensão. Desta vez, porém, as chances claras de gol começaram a aparecer em maior quantidade, o que apimentou de vez a disputa.
 
Aos 10 minutos, Everton Ribeiro deu belíssimo passe para Ricardo Goulart. Com sua capacidade técnica, o meia-atacante dominou a bola já ajeitando para o chute. De perna direita, ele mandou rasteiro, tentando achar o canto de Campaña, mas a bola morreu do lado de fora. Dois minutos depois, Júlio Baptista chegou à área adversária e chutou com perigo, obrigando o arqueiro uruguaio a evitar o pior.
 
Era preciso a qualidade técnica para o gol sair. E ela veio aos 17 minutos. Júlio Baptista recebeu na intermediária e avançou rumo à área pela esquerda. Quando o zagueiro ameaçou dar o bote, “La Bestia” cortou para dentro e chutou colocado, fazendo a bola morrer no canto contrário. Que golaço! 2 a 0.
 
Mas o time uruguaio não iria vender a vitória fácil assim. Apesar do segundo golpe, continuaram lutando e foram premiados aos 21 minutos. Está certo que tiveram uma “ajudinha” do árbitro, que atrapalhou o bote de Dedé em  Arrascaeta, mas quando a bola sobrou para Gedoz, o meia-atacante brasileiro soube tirar Rodrigo Souza da jogada e chutar no canto de Fábio para diminuir o marcador. 2 a 1
 
O clima tenso permaneceu até o final da partida. Era um “Deus nos acuda” a cada investida. Os uruguaios continuaram perigosos, explorando principalmente as laterais e os chutes de média distância. O Cruzeiro conseguia se defender, dando o bote no momento certo. Porém, dava espaços. E em um desses veio o golpe fatal. Aos 46, Arrascaeta fez grande jogada e descobriu Luna na entrada da área. Fábio defendeu parcialmente, mas Zeballos veio com tudo, chutando com violência, para igualar o marcador e aumentar o drama da Raposa. 
 

Torcida lamentou o empate no apagar das luzes (Foto: André Brant)

Torcida lamentou o empate no apagar das luzes (Foto: André Brant)

 

 
FICHA TÉCNICA
 
CRUZEIRO 2 X 2 DEFENSOR
 
CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Bruno Rodrigo, Dedé, Egídio; Lucas Silva, Nilton, Everton Ribeiro (Willian), Ricardo Goulart (Elber); Júlio Baptista e Dagoberto (Rodrigo Souza). Técnico: Marcelo Oliveira
 
DEFENSOR SPORTING: Martín Campaña, Emilio Zeballos, Nicolás Correa, Matias Malvino, Robert Herrera; José Fleurquín (Amado), Federico Gino, Mathias Cardaccio, Giorgian De Arrascaeta e Felipe Gedoz (Adrian Luna); Matías Alonso (Gastón Silva). Técnico: Fernando Curuchet
 
Gols: Everton Ribeiro (aos 49' do 1º tempo); Júlio Baptista (aos 17') e Gedoz (aos 21') e Zeballos (aos 47 do 2º tempo)
Data: 20 de março de 2014
Motivo: Jogo válido pela 4ª rodada do Grupo 5 da Copa Libertadores
Estádio: Mineirão
Cidade: Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Mauro Vigliano (ARG)
Auxiliares: Diego Bonfa e Javier Uziga, ambos da Argentina
Público pagante: 37.310 (39.983 presentes)
Renda: R$ 1.284.320,00
Cartões amarelos: Zeballos e Correa (Defensor); Dagoberto e Bruno Rodrigo (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Malvino (Defensor); Nilton (Cruzeiro)
Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por