Domínio por completo. Dando um verdadeiro show de bola, o Cruzeiro goleou o Villa Nova por 4 a 0, na tarde deste domingo (28), em partida que foi realizada no Alçapão do Bonfim, em Nova Lima. Com gols de Diego Souza e Éverton Ribeiro (dois tentos de cada), a Raposa praticamente assegurou uma vaga na final do Campeonato Mineiro. Mais do que isso: deixou sua torcida entusiasmada do bom futebol apresentado.
Os clubes voltarão a se encontrar às 20h30 do dia 8 de meio, a quarta-feira da próxima semana, em partida que está marcada para o Mineirão. Mesmo se devolver a goleada por 4 a 0, o Leão do Bonfim estará fora da final do Campeonato Mineiro, já que o regulamento da vantagem ao time celeste.
O Cruzeiro, agora volta seu foco para a Copa do Brasil. Nesta quarta-feira (1º), a Raposa viaja ao Rio de Janeiro, onde encara Resende, pela segunda fase do torneio. O pontapé inicial do embate será dado às 21h50, no Raulino de Oliveira.
Soberania celeste
O Villa Nova chegou às semifinais do Campeonato Mineiro como uma das equipes mais interessantes do certame. O time montado por Alexandre Barroso apresentou durante a fase inicial um futebol dinâmico até mesmo quando tinha pela frente as grandes equipes de Belo Horizonte, quando jogava de igual para igual. Assim, esperava-se um duelo equilibrado diante do Cruzeiro, uma vez que contava com as dimensões reduzidas do Alçapão do Bonfim para tentar anular os toques em velocidade do rival. Só que faltou combinar...
O que se viu durante os 45 minutos iniciais foi um verdadeiro passeio do Cruzeiro. Com toques rápidos (e de primeira), os volantes alvirrubros ficaram atordoados, sem saber o que fazer para atrapalhar o ímpeto celeste. Tamanha era a superioridade, que foram 15 chutes disparados à meta defendida por William Nobre, nove deles com imenso perigo.
O surpreendente é que a Raposa só conseguiu abrir o placar aos 20 minutos, quando já tinha acertado a trave por duas vezes e criado outras três oportunidades de perigo. Tudo nasceu quando Éverton Ribeiro foi derrubado na meia-lua. Ele mesmo ajeitou a bola com carinho e surpreendeu a todos ao chutar rasteiro no canto do arqueiro do Leão, que deu um passe para o lado contrário e não conseguiu voltar para defender a cobrança de falta. 1 a 0.
Logo na saída de bola, o setor defensivo da Raposa roubou a gorduchinha e já partiu em contra-ofensiva de forma fulminante. A pelota caiu na ponta-esquerda nos pés de Diego Souza. Cercado, o meia-atacante cortou para o meio e chutou no canto destro de William para ampliar o marcador. 2 a 0.
Diego Souza, por sinal, era um capítulo a parte na história deste jogo. Ele, que chegou como a principal contratação celeste para a temporada, vinha sendo questionado, principalmente pelo belo futebol apresentado por Ricardo Goulart, seu reserva imediato. Porém, ele deu uma prova do que é capaz, apesar das dimensões reduzidas do campo e do entrosamento, que ainda não é o ideal.
Durante o primeiro tempo, o camisa 10 mostrou que sua tomada de decisão continua apurada e que sua qualidade no passe e no chute de meia-distância ainda podem dar alegrias à torcida do Cruzeiro. Por sinal, foi com a última característica que ele anotou seu segundo gol na partida. Aos 36, o meia-armador recebeu na intermediária, avançou sem objeção e voltou a chutar rasteiro no canto direito de William Nobre. Desta vez, porém, o goleiro ficou parado, pois nada poderia fazer. 3 a 0.
O apito do juiz marcando o final da primeira etapa deve ter sido um alívio para o técnico do Leão, Alexandre Barroso, que desceu para o vestiário vendo sua equipe sendo derrotada por 3 a 0. O placar poderia até ser mais dilatado, que não seria nenhum exagero.
Sem reação
A volta do vestiário trouxe duas substituições no Villa Nova. Com sua força ofensiva anulada pela Raposa, principalmente graças à boa marcação de Leandro Guerreiro sobre Tchô, Alexandre Barroso colocou um zagueiro a mais na partida, para tentar liberar seus laterais, o que teoricamente iria auxiliar os trabalhos ofensivos, já que os meias pouco produziam. O Leão até que melhorou. Porém, não foi o suficiente. O outro lado não queria contribuir.
A criatividade de Diego Souza aliada à velocidade de Éverton Ribeiro trouxe tormentos ao time alvirrubro. Eles eram os “motores” da Raposa, principalmente quando tentavam jogadas individuais. O camisa 10 do Cruzeiro chegou a ter uma belíssima participação, deixando três adversários na saudade, inclusive o goleiro, por duas vezes. Porém, ao ter o ângulo fechado, tocou para Nilton, que não converter a oportunidade em gol.
Já Éverton Ribeiro não tinha muitas dificuldades para ultrapassar a marcação, principalmente graças ao seu drible curto em velocidade. Com ele, fez o inesperado aos 16 minutos, quando recebeu na entrada da área, cortou para “dentro” de dois zagueiros e chutou à queima-roupa do goleiro William Nobre, que não conseguiu evitar mais um tento da Raposa. A goleada era justa. 4 a 0.
Com o passeio em campo, a Raposa resolveu tirar o pé do acelerador. Marcelo Oliveira compactou a equipe, que não teve dificuldades para administrar o placar dilatado. O resultado traduz bem o que foi a partida: um domínio total do Cruzeiro, que fez com que a boa equipe alvirrubra parecesse frágil.
FICHA TÉCNICA
VILLA NOVA 0 X 4 CRUZEIRO
VILLA NOVA: William Nobre, Rodrigo Dias, Marco Tiago, Heitor, Hyago (Maurim); Cléber Monteiro, Max Carrasco, Marcelo Rosa (Evaldo) , Tchô; Eraldo e Rafael Gomes (William Araújo). Técnico: Alexandre Barroso
CRUZEIRO: Fábio; Mayke, Léo, Bruno Rodrigo e Everton; Leandro Guerreiro, Nilton, Éverton Ribeiro (Tinga) e Diego Souza; Dagoberto (Ricardo Goulart) e Anselmo Ramon (Vinícius Araújo). Técnico: Marcelo Oliveira
Gols: Éverton Ribeiro (aos 20') e Diego Souza (aos 22' e 36' do 1º tempo); Éverton Ribeiro (aos 16' do 2º tempo)
Motivo: Jogo de ida das semifinais do Campeonato Mineiro
Data: 28 de abril de 2013
Estádio: Alçapão do Bonfim
Local: Nova Lima
Árbitro: Igor Júnio Benevenutto
Auxiliares: Marcus Vinícius Gomes e Pedro Araújo Dias Cotta
Público: 2.789 pagantes
Renda: R$: 68.570,00
Cartões amarelos: Rodrigo Dias (Villa Nova); Nilton e Leandro Guerreiro (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Marco Tiago (Villa Nova)