
Sobrou emoção, faltou gol. Em uma partida dramática com ótimas oportunidades para os dois lados, Cruzeiro e Atlético terminaram o clássico que decidia a 100ª edição do Campeonato Mineiro, neste domingo (13), no Mineirão, sem que a rede fosse balançada, assim como nos duelos realizados nesta temporada. Melhor para o time estrelado, que fez valer de sua vantagem por dois resultados iguais para faturar seu 11º título invicto da história. No final das contas, a torcida celeste celebrava em sua casa o 36º caneco estadual da galeria.
Intenso
Desde o início do ano, era imenso o desejo de um tira-teima entre o atual “dono” das Américas contra a equipe que faturou o Brasileirão de forma incontestável. E no clássico deste domingo (13), quando eles duelaram pela conquista da 100ª edição do Campeonato Mineiro, tamanha expectativa foi justificada. Ao menos no ímpeto.
O primeiro tempo terminou sem gols, o que não quer dizer necessariamente que foi frio. O que se viu na etapa inicial foi uma intensa disputa pelo domínio do meio-campo, fazendo do duelo combativo e dinâmico. Quem melhor agiu por aquele setor foi o Cruzeiro, não à toa teve as principais ações ofensivas, originadas sempre de contra-golpes
Em uma delas, aos 24, Everton Ribeiro recebeu livre rumo à meta de Victor. Ao ver o goleiro atleticano dar pinta de que iria fechar o canto rasteiro, o meia-atacante celeste tentou encobri-lo. Porém, o chute não saiu como queria e a bola foi para fora, na melhor oportunidade de gol da primeira etapa.
O Cruzeiro chegou com perigo em outras duas oportunidades. Aos 25, Júlio Baptista soltou a bomba e exigiu uma grande defesa de Victor. No novo duelo entre eles, “La Bestia” acertou uma bicicleta, mas o arqueiro alvinegro estava bem posicionado.
Com quatro finalizações, todas elas para fora, o Atlético levou perigo principalmente quando Alex Silva avançava pela ponta canhota. Foi dele a principal jogada alvinegra, aos 12 minutos, quando subiu com grande qualidade à área celeste e cruzou para o miolo da área. Não fosse uma intervenção cirúrgica de Samudio, fatalmente o Galo teria deixado sua marca em uma etapa inicial muito movimentada.
Pela 36ª vez o Cruzeiro faturou o Campeonato Estadual (Foto: Lucas Prates)
Dinâmico
Apesar de ter terminado sem bola na rede, a primeira etapa correspondeu às expectativas dos torcedores pela intensa movimentação. A esperança era que o ritmo fosse mantido para a etapa final, uma vez que ao Atlético era tudo ou nada, enquanto o Cruzeiro não queria apenas se defender. Porém, assim como na primeira etapa, a bola teimou em beijar o barbante.
Isso, porque as defesas não deixavam ela se aproximar com qualidade das metas. Se a bola sobrava no gramado, logo vinha alguém para tomá-la. Quando um adversário tinha sua posse, o espaço era fechado. Como outrora, a movimentação ditou a tônica da partida.
Como no primeiro tempo, foi do Cruzeiro as principais jogadas criadas nos primeiros minutos da etapa complementar. Aos 12 minutos, por exemplo, Ricardo Goulart perdeu chance incrível, ao mandar para fora uma jogada que surgiu através de uma trama envolvente do ataque celeste.
Com Fernandinho no lugar de Guilherme, o Galo mostrava suas esporas. A velocidade do ponta alvinegro fez com que Samudio tivesse imenso trabalho para contê-lo, principalmente em lançamentos em profundidade para Tardelli. Outro mérito do camisa 11 foi conter o avanço do lateral estrelado, diminuindo as ações do Cruzeiro pela esquerda.
Com o passar do tempo, os jogadores não conseguiam mais controlar a tensão. E isso ficou claro no final. Aos 43 minutos, Jô foi lançado em profundidade, mas caiu ao tentar chegar na bola, derrubado por Dedé. Vuaden corria para apontar a marca do cal quando o auxiliar número um, Fábio Pereira (TO), assinalou impedimento, gerando revolta dos jogadores alvinegros. Não existe clássico sem polêmica.
Discussão terminada, o Atlético foi ao ataque de qualquer forma. Com boa atuação de seus volantes, Lucas Silva e Henrique, o Cruzeiro neutralizou o ímpeto alvinegro, fazendo, assim, com que o placar sem gols fosse mantido. Era o necessário. Pela terceira vez no ano o clássico terminava sem gols, porém, desta vez, a torcida estrelada soltou o grito gutural de “é campeão”.
Confira as principais imagens da partida
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 0 X 0 ATLÉTICO
CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo, Samudio; Henrique, Lucas Silva, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart (Willian); Dagoberto (Souza) e Júlio Baptista. Técnico: Marcelo Oliveira
ATLÉTICO: Victor, Michel (Neto Berola), Leonardo Silva, Otamendi, Alex Silva; Leandro Donizete, Pierre (Claudinei), Ronaldinho, Guilherme (Fernandinho); Tardelli e Jô. Técnico: Paulo Autuori
Data: 13 de abril de 2014
Motivo: Finalíssima do Campeonato Mineiro de 2014
Estádio: Mineirão
Cidade: Belo Horizonte
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Auxiliares: Fábio Pereira (TO) e Alessandro Rocha de Matos (BA)
Público: 48.818 pagantes
Renda: R$ 2.322.088,00