Cruzeiro e Minas Arena querem a retirada de cadeiras do setor Amarelo do Mineirão
Medida atende demanda de torcedores, mas ainda depende de análise técnica e do aval das forças de segurança e órgãos reguladores
Cruzeiro e Minas Arena são a favor da retirada das cadeiras do setor Amarelo do Mineirão - tanto inferior quanto superior. A possível volta da geral ao Gigante da Pampulha, no entanto, ainda depende de uma série de questões, como o aval das forças de segurança e análises técnicas. É preciso levar em conta critérios de acessibilidade aos torcedores, saídas de emergência e barreiras antiesmagamento. A intenção do clube e da empresa que gerencia o estádio foi confirmada nesta quinta-feira (29), durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Segundo o diretor de marketing e comercial do Cruzeiro, Marcone Barbosa, a medida visa a atender ao público que frequenta o setor. Segundo ele, é a primeira vez que todas as partes envolvidas apresentam alinhamento sobre o tema.
“O Cruzeiro não tem a menor oposição a isso, apoia e incentiva que isso aconteça, e a Minas Arena, pelo que conversamos, não tem nenhuma oposição, exceto, claro, pelas questões operacionais, de acessibilidade, rota de fuga, custo... Tudo precisará ser debatido para chegarmos à solução que todos querem, que é a retirada das cadeiras”, disse.
Marcone Barbosa destacou que a retirada das cadeiras poderá gerar economia ao clube, que arca com custos de reparos após os jogos. “Só nesta temporada, gastamos próximo de R$ 200 mil com pagamento de danos pós-jogo. As cadeiras são os bens que precisam ser reparados de forma mais recorrente”, explicou.
O diretor do Cruzeiro ainda ressaltou que o estádio possui oito setores, o que permite oferecer diferentes experiências aos torcedores. “Não tem motivo para que a gente não possa trabalhar um espaço específico para o torcedor que quer assistir ao jogo em pé e ter uma festa mais efusiva”, afirmou.
Em relação aos preços dos ingressos, Marcone informou que a previsão inicial é manter os valores atuais, com bilhetes na média de R$ 30 no Setor Amarelo. Segundo ele, esse valor já representa uma faixa acessível, embora não cubra integralmente os custos operacionais.
A diretora da Minas Arena, Jacqueline Alves, informou que, por se tratar de uma concessão, a empresa não poderia atender diretamente ao pedido sem um estudo prévio. Ela confirmou que um consultor já foi contratado para avaliar a viabilidade técnica da retirada das cadeiras, com foco na segurança, capacidade da arquibancada, saídas de emergência e barreiras antiesmagamento.
De acordo com Jacqueline, a remoção das cadeiras exige aprovação de diversos órgãos, como o Governo de Minas, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Iphan, Iepha e o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural de BH. Após o parecer desses órgãos, o Mineirão precisará obter um novo Laudo de Segurança e o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
A audiência pública foi realizada por iniciativa do deputado estadual Professor Cleiton (PV), que solicitou o debate sobre a possibilidade de criação de um setor sem cadeiras no Mineirão. A partir dos posicionamentos apresentados, o processo seguirá para os trâmites técnicos, financeiros e de segurança necessários.
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