(Flávio Tavares)
O torcedor celeste pode respirar aliviado. Em um jogo marcado muito mais pela gana do que pela técnica, o Cruzeiro superou as adversidades e carimbou a classificação às oitavas da Libertadores ao bater o Universitario de Sucre por 2 a 0, em duelo disputado no Mineirão, nesta terça-feira (21). A vitória celeste veio através de Willian, que balançou a rede na primeira etapa, e Léo, que testou firme para aumentar o marcador no segundo tempo do duelo. Com o resultado, o Cruzeiro avançou às oitavas de final da Copa Libertadores na primeira posição do Grupo 3, com 11 pontos ganhos. Segundo colocado, com 9 pontos, o Sucre seguiu adiante graças ao tropeço do Huracán frente ao Mineros. O time argentino terminou na terceira colocação, enquanto o Mineros amargou a lanterna. O Cruzeiro, agora, aguardará o término da primeira fase da Libertadores para saber quem enfrentará nas oitavas. São Paulo, Colo-Colo, Emelec, Wanderers, San Lorenzo e o arquirrival, Atlético, são possíveis adversários. A combinação de resultados poderá, até mesmo, colocar o próprio Sucre no caminho celeste. COMBATIVO Eram pouco mais de 18 horas do último domingo quando os cruzeirenses deixavam o Mineirão tentando superar a dura eliminação frente ao arquirrival, Atlético. O golpe foi duro, mas não os derrubou. Pouco mais de 48 horas após a eliminação na semifinal do Campeonato Mineiro, lá estavam eles, esperançosos para mais uma “guerra” que o Cruzeiro teria pela frente. Desta vez, teria que superar os bolivianos do Sucre para seguir vivo na Copa Libertadores. Seria mais um duro combate, mas a Raposa contou com o apoio de sua legião. Esquecendo o embate perdido no passado recente, os torcedores celestes entraram no clima da partida, cantando do início ao fim do primeiro tempo, incentivando em busca do gol. E o desafio não foi nem um pouco fácil, uma vez que o adversário não queria o combate, apenas se defendia. Com a vantagem do empate, o time boliviano “fechou a casinha” e se defendeu a todo custo, levando, em muitos momentos, essa proposta à ponta da chuteira. Se não conseguiam barrar as ofensivas celestes na técnica, usavam o vigor físico exagerado para impedir os ataques da Raposa, fazendo do duelo uma verdadeira batalha. O Cruzeiro, por sua vez, só se preocupava em furar a barreira montada pelo rival. Para isso, promoveu uma verdadeira “blitz” no campo de ataque, principalmente pelos flancos. A postura só não foi efetiva porque faltou um capricho um pouco maior na finalização. Quando a “batalha” já caminhava para terminar sem vencedor na primeira etapa, o Cruzeiro, enfim, conseguiu furar o bloqueio do rival. Aos 37, Mayke avançou pela ala e cruzou rumo ao lado esquerdo. Lá estava Willian, que dominou a bola e disparou rumo à meta sem dar chances de defesa para Olivares. O placar, enfim, era aberto. 1 a 0. CONFIRA A GALERIA DE IMAGENS DO DUELO
ALÍVIO A virada de campo não diminuiu o ímpeto celeste. Na volta do intervalo, o Cruzeiro seguiu combativo, com rápidas descidas pelas pontas e pelo meio, pressionando em busca do gol que, enfim, daria ao seu torcedor a certeza da vitória. E ele veio de uma forma que fez o cruzeirense lembrar um doce passado recente: através do bombardeiro aéreo. Aos 11 minutos, Marquinhos cobrou tiro esquinado pela direita. Léo subiu alto e testou firme para estufar o barbante. 2 a 0. E o Sucre acusou o golpe. Após o segundo gol, os bolivianos praticamente firmaram o corpo para tentar não levar de muito. A esperança deles estava depositada no Mineros, que aquela altura goleava o Huracán por 3 a 0, resultado que mantinha o Universitario na segunda colocação. O Cruzeiro, por sua vez, continuou levando perigo. Principalmente com Gabriel Xavier, que mostrou que pode ser muito útil à Raposa na sequência da temporada. Porém, o gol que transformaria a vitória em uma goleada não veio. Mas não foi nada para se lamentar. Afinal, os comandados de Marcelo Oliveira tiveram grande poder de reação e mostram que o Cruzeiro está vivo na Copa Libertadores. Muito vivo. O QUE LEMBRAR Do ímpeto celeste. O Cruzeiro não foi um time técnico nesta terça-feira. Mas mostrou ao seu torcedor um poder de reação surpreendente. Mesmo desgastado pela maratona de jogos, moldou o jogo ao seu ritmo e sufocou o adversário. BOMBARDEIRO AÉREO Aos poucos, o Cruzeiro vai recuperando a efetividade na bola parada. Contra o Mineros, Henrique balançou a rede após cobrança de escanteio. Desta vez, foi Léo que subiu alto para deixar sua marca. O DESTAQUE Willian. O artilheiro do Bigode mostrou que vem recuperando seu bom futebol de outrora e foi a principal peça da Raposa em campo. FICHA TÉCNICA CRUZEIRO 2 X 0 UNIVERSITARIO DE SUCRE CRUZEIRO: Fábio, Mayke, Léo, Manoel, Mena; Willians, Henrique (Eurico), Marquinhos, Arrascaeta e Willian (Gabriel Xavier); Henrique Dourado. TÉCNICO: Marcelo Oliveira SUCRE: Raúl Olivares, Ballivián (Mauricio Baldivieso), González, Ezequiel Filippetto, Jorge Flores, Silvestre; Ribera, De La Cuesta, Cuéllar; Miguel Suárez (Saucedo) e Leonardo Castro (Bejarano). TÉCNICO: Julio César Baldivieso GOLS: Willian (aos 37' do 1º tempo); Léo (aos 11' do 2º tempo) DATA: 21 de abril de 2015 MOTIVO: Jogo válido pela sexta rodada do Grupo 3 da Copa Libertadores ESTÁDIO: Mineirão LOCAL: Belo Horizonte ÁRBITRO: Roddy Zambrano (EQU) ASSISTENTES: Byron Romero (EQU) e Luis Vera (EQU) PÚBLICO: 24.288 RENDA: R$ 874.080 CARTÕES AMARELOS: Olivares e Ignacio González (Sucre); Léo (Cruzeiro)