Sem conseguir se impor e mostrar o futebol que credenciou o clube a um dos mais temidos desta edição da Taça Libertadores, o Cruzeiro foi envolvido pelo Defensor (URU) e saiu derrotado por 2 a 0, na noite desta terça-feira (11), no duelo realizado no estádio Luis Franzini, em Montevidéu, no Uruguai. A história poderia ser diferente, já que o time celeste comandou o primeiro tempo e teve ao seu favor um pênalti na etapa complementar, quando perdia por 1 a 0, mas o lance foi desperdiçado pelo atacante Dagoberto. O brasileiro Felipe Gedoz foi o grande carrasco da Raposa, ao anotar os dois gols da vitória platina. Porém, o grande destaque da partida foi o rápido Arrascaeta, que comandou as ações no meio-campo da equipe uruguaia.   Com o triunfo, o Defensor assumiu temporariamente a ponta da tabela na competição, com seis pontos conquistados em três partidas. Os uruguaios esperam o embate entre Real Garcilaso e Universidad do Chile, que será realizado ainda nesta terça-feira (11), para confirmarem a ponta da tabela. O Cruzeiro, por sua vez, permanece com os três pontos, conquistados somente sob seus domínios.    O time celeste terá a chance de vingar a derrota desta terça já em seu próximo duelo pela Libertadores. No próximo dia 20, as equipes voltam a se enfrentar. Desta vez, o time estrelado contará com o apoio do seu torcedor para tentar superar a boa equipe do Defensor.    Franco   Jogar no Uruguai nunca foi das tarefas mais fáceis. Os times platinos costumam fazer o adversário cair em seu jogo através de um posicionamento eficiente em meio à catimba. Na noite desta terça, o Cruzeiro soube bem o que é isso mais uma vez. Sabendo que a rápida troca de passes dos comandados de Marcelo Oliveira é um dos principais trunfos da Raposa, o técnico Fernando Curuchet posicionou sua equipe de modo que as laterais celestes fossem neutralizadas, ao ponto de Egídio ser um dos piores jogadores em campo, e o meio ficasse tumultuado. Com isso, a equipe mineira não mostrou a mesma eficácia de outrora.   Sem conseguir ultrapassar a barreira montada frente à área uruguaia, os comandados de Marcelo Oliveira passaram a arriscar do meio da rua. Foram nove tiros de longa distância. Nenhum tomou o rumo da meta defendida por Campaña. Era um domínio pouco eficaz, já que a maior posse de bola não era traduzida em gols.    Do outro lado, mesmo sem as rédeas da partida, o time uruguaio se mostrava perigoso e teve as chances de gol mais agudas. Em uma delas, aos 43 minutos, Gedoz avançou com a pelota dominada até a intermediária. Com espaço, arriscou de fora da área procurando o ângulo do gol defendido pelo arqueiro celeste. Fábio, que nada poderia fazer, ficou aliviado após a bola ir para fora.    O real perigo, porém, viria três minutos mais tarde. Malvino soube se antecipar à zaga celeste e escorou escanteio cobrado pela esquerda. Por milagre, a bola bateu na trave. No rebote, Risso, de frente para o gol, foi bloqueado por Bruno Rodrigo, que evitou que o time estrelado descesse para o vestiário em desvantagem.    Nada deu certo   Se no primeiro tempo o Defensor teve as melhores oportunidade de gol, mas não conseguiu convertê-las, na etapa complementar a história foi diferente. E isso já era perceptível desde os primeiros movimentos. Aos cinco minutos, o arisco Arrascaeta escapou em velocidade pela direita, passou por Nilton com um belo corte de calcanhar, e chutou rumo à meta de Fábio. Ele só não contava com o poder de recuperação do volante celeste, que conseguiu desviar o chute e fez a bola tomar o rumo da linha de fundo.    Arrascaeta voltou a ser perigoso aos 17 minutos, quando aproveitou vacilo de Egídio e armou um belo contra-ataque para o time uruguaio. Sem alternativas, Rodrigo Souza “matou” a jogada na entrada da área estrelada. Falta que o brasileiro Felipe Gedoz soube cobrar com classe para tirar o primeiro zero do placar. 1 a 0, em lance que Fábio nem se mexeu.    O empate poderia vir aos 22 minutos, quando o já amarelado Arias levantou o pé imprudentemente dentro da área e acertou Ricardo Goulart. Pênalti e chuveiro mais cedo para o zagueiro uruguaio. Era tudo que o torcedor estrelado queria. Dagoberto ajeitou a bola com carinho na marca do cal, mas não teve o mesmo cuidado para converter a cobrança e mandou para longe.    O Cruzeiro sentiu o golpe e passou a se mostrar afoito para buscar a igualdade, o que não lhe é comum. O Defensor, que nada tinha a ver com isso, aproveitou a tensão adversária para matar o jogo. Em um rápido contra-ataque, Arrascaeta aproveitou a defesa estrelada, que estava mal posicionada, deu um belíssimo chapéu em Nilton e teve grande visão de jogo para achar Gedoz passando nas costas de Egídio. O brasileiro agradeceu o presente do companheiro e na saída de Fábio deu um toque com classe para ampliar o marcador e definir o placar. 2 a 0.    FICHA TÉCNICA DEFENSOR SPORTING 2 X 0 CRUZEIRO   DEFENSOR SPORTING: Martín Campaña; Emilio Zeballos, Ramón Arias, Matias Malvino, Robert Herrera; Felipe Gedoz (Leonardo País), Mathías Cardaccio, Andrés Fleurquin, Giorgian De Arrascaeta; Andrés Olivera (Correa) e Ignacio Risso (Matías Alonso). Técnico: Fernando Curuchet   CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo, Egídio; Rodrigo Souza (Marlone), Nilton, Everton Ribeiro (Tinga), Ricardo Goulart; Dagoberto e Marcelo Moreno (William). Técnico: Marcelo Oliveira   Gols: Felipe Gedoz (aos 17' e 32' do 2º tempo) Data: 11 de março de 2014 Motivo: Jogo válido pela 3ª rodada do Grupo 5 da Copa Libertadores Estádio: Luis Franzini Cidade: Montevidéu (Uruguai) Árbitro: Diego Abal (ARG) Auxiliares: Gustavo Rossi e Ernesto Uziga (ambos da Argentina) Cartões amarelos: Ceará, Everton Ribeiro, Tinga e Rodrigo Souza (Cruzeiro) Cartão vermelho: Ramón Arias (Defensor)

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