Cruzeiro sucumbe ao Palmeiras, Barcos e até mandinga com sal grosso

Vinícius Las Casas - Portal HD
Publicado em 20/10/2012 às 20:27.Atualizado em 21/11/2021 às 17:24.
 (Célio Messias/Estadão Conteúdo)
(Célio Messias/Estadão Conteúdo)

O Cruzeiro viajou até Araraquara disposto a jogar um pouco mais de terra na sepultura do Palmeiras. Mas os celestes sucumbiram ao time paulista, à torcida e até mesmo um pouco de mandinga. A Raposa perdeu a partida por 2 a 0, gol de Barcos. O curioso é que os tentos foram anotados no mesmo gol que, antes, um membro da delegação do Palmeiras jogou sal grosso, apelando para a superstição auxiliar o time na luta contra a degola.

Com a derrota, a Raposa estaciona nos 44 pontos e na oitava colocação e coloca um fim nas aspirações ao G4. O Palmeiras assume a 17ª, com 32 pontos, quatro a menos que o Bahia, primeiro clube fora da zona do descenso.

Na próxima rodada, o Cruzeiro encara a Ponte Preta, em Campinas, no Moisés Lucarelli, na quinta-feira, às 22h. No sábado, o Palmeiras vai até Porto Alegre enfrentar o Internacional.

O JOGO

Logo de cara viu-se que o Cruzeiro não enfrentaria apenas o Palmeiras, mas também uma torcida empolgada em Araraquara e "forças sobrenaturais". Apegando-se a todos os artifícios para se livrar da degola, um membro da delegação palmeirense jogou sal grosso em um dos gols do estádio da Fonte Luminosa. Cena curiosa e que relembrou os tempos antigos do futebol, repletos de cenas folclóricas como esta.

Mesmo com toda a superstição contra, a Raposa tentou tomar conta das principais ações do jogo logo de cara. Sem Montillo, Souza assumiu a criação, enquanto Martinuccio colocava fogo na partida com sua velocidade pela esquerda. O time celeste tentava incomodar o Palmeiras, que se fechava na defesa e procurava sair apenas "na boa".

Apesar do domínio inicial cruzeirense, foi o Palmeiras quem levou perigo primeiro. Aos 15, Marcos Assunção cobrou falta venenosa, com desvio do atacante Barcos. Fábio fez defesa parcial, no rebote Luan veio com sede para tentar fazer o gol, mas o goleiro celeste afastou novamente. Aos 20, o Cruzeiro respondeu. Souza fez boa jogada e lançou bola para Anselmo Ramon, que de primeira finalizou. Bruno fez bela defesa, impedindo o tento celeste.

O time paulista começou a ser mais dono do jogo a partir dos 25 minutos da etapa inicial. Com Marcos Assunção abusando dos cruzamentos, a equipe buscava um gol que poderia significar muito na luta contra o rebaixamento. A Raposa recuou um pouco, mas ainda incomodava. Aos 34, Martinuccio fez boa jogada pela esquerda e cruzou para Anselmo Ramon, que mandou a bola na trave esquerda de Bruno, em um lance que ele deveria ter anotado o gol.

ETAPA FINAL

A torcida palmeirense não diminuía a sua empolgação, mesmo com o futebol pragmático da equipe paulista. Do outro lado, a Raposa fazia um futebol cauteloso e que priorizava evitar o gol do rival. Mais recuado, os celestes tentavam sair no contragolpe em uma jogada de habilidade do argentino Martinuccio. Tirando isso, o Cruzeiro também pouco incomodava o goleiro Bruno.

Fábio era mais exigido nos 15 minutos iniciais da etapa final, mas a principal função do goleiro celeste era evitar as bolas paradas, já que o Palmeiras só levava perigo neste tipo de situação. Do outro lado, Bruno trabalhava ainda menos, já que a Raposa não conseguia criar situações de gol. A ineficiência celeste fez com que o Palmeiras crescesse. Da arquibancada ouvia-se os gritos de "Vamos ganhar, Porco" e embalados neste mantra, Marcos Assunção e Barcos tiraram o zero do placar, aos 21 minutos. O volante, que joga no sacrifício, cobrou falta perfeita, o argentino, de cabeça, desviou na pequena área, sem chances para Fábio.

O gol incendiou ainda mais a torcida que já se demonstrava eufórica. O Cruzeiro seguia com um estilo burocrático e que abusava das jogadas para Martinuccio, como se o meia fosse a única solução ofensiva cruzeirense. Desta forma, Gilson Kleina focava na marcação do argentino e parava as principais ações celestes. Com o Cruzeuri entrege, não demorou muito para que o Palmeiras aumentasse e de novo com Barcos.

O argentino recebeu passe de Obina, se livrou do marcador e, na saída de Fábio, tocou com consciência por cima do goleiro. Um golaço de Barcos, aos 32 minutos, que renova as esperanças paulistas na luta contra o rebaixamento. O gol foi um banho de água gelada para Celso Roth, que buscava mudar a história da partida com as entradas de Elber e Borges, minutos antes. Mas, com o placar dilatado, nem mesmo as opções de banco foram suficientes para trazer ânimo à Raposa tentar o empate. Resultado final na Fonte Luminosa: 2 a 0 para o Verdão.

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