Cruzeiro tem marca mais valorizada em 2014, mas não consegue patrocinador master

Alberto Ribeiro - Hoje em Dia
17/06/2015 às 07:21.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:31
 (Carlos Henrique)

(Carlos Henrique)

O Cruzeiro vive um dilema. Ao mesmo tempo que teve a marca mais valorizada do futebol brasileiro em 2014, segundo estudo da consultoria BDO, o clube não consegue encontrar um patrocinador master.

De janeiro até agora, os cofres da sede do Barro Preto deixaram de arrecadar cerca de R$ 6 milhões, com base no contrato de patrocínio que terminou em dezembro do ano passado. Como o clube esperava aumentar consideravelmente o montante de R$ 13 milhões que recebia do Banco BMG – a ideia da diretoria é receber R$ 20 milhões do novo patrocinador –, o prejuízo pode ser ainda maior.

Apesar das dificuldades, a busca por um parceiro continua. “A atual conjuntura econômica, a situação que o país vive, dificulta fechar com um novo patrocinador. Como o patrocínio master envolve um investimento muito alto, as empresas não estão confiantes em investir neste momento”, justifica o diretor comercial da Raposa, Robson Pires.

Embora as tratativas estejam emperradas, o Cruzeiro sonha em estampar a marca da Caixa Econômica Federal em seu uniforme. Porém, a troca de gestão no banco dificultou o negócio. “O cenário da Caixa é de reposicionamento. Assim como o país, ela vive uma crise. Na conversa que tivemos, eles falaram que era inviável investir em patrocínio neste momento”, destaca Pires.

As conversas para o acerto com o novo patrocinador surgiram, entre eles uma rede de hotéis. Mas não houve evolução no negócio. Atualmente, o clube segue sem propostas.

“Nós conversamos com várias empresas, tivemos propostas, mas não chegamos ao valor que o Cruzeiro desejava. Quanto à rede de hotéis, ela não está com verba disponível para investir atualmente. Quem sabe no futuro”, afirma o dirigente.

A comercialização de ingressos, o programa Sócio do Futebol e o incremento na venda de camisas minimizam o impacto causado pela ausência de um patrocinador, segundo Robson Pires.

Atualmente, o clube arrecada com bilheteria e o programa de sócio-torcedor cerca de R$ 8 milhões mensais. “Nesses seis primeiros meses nós já vendemos mais de 180 mil camisas. No ano passado, foram vendidas 200 mil”, disse.

Exposição na mídia

Professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em gestão estratégica e marketing esportivo, Américo Pierangeli acredita que mesmo com a valorização da marca, a pouca exposição na mídia prejudica o Cruzeiro.

“A mídia não valoriza tanto os times mineiros. Infelizmente, hoje a televisão ainda conta muito. A gente nota que nos últimos anos os patrocinadores do Cruzeiro sempre foram locais. Isso também ocorre no Sul”, analisa.

Para Pierangeli, a crise no país e a proximidade da Olimpíada dificultam a busca do Cruzeiro por um parceiro. “Essa pesquisa é muito recente. As vezes não foi impactada no mercado. Cabe aos gestores do Cruzeiro correrem atrás disso. Esse ano eu vejo com dificuldade o clube conseguir um patrocínio”, concluiu o especialista.
 

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