Um jogador “descartável”. Foi essa a avaliação do técnico Deivid quando questionado pela diretoria sobre o futuro de Willians no Cruzeiro. Embora o volante de 29 anos tenha terminado a temporada passada em alta, figurando na equipe titular, a comissão técnica, ainda com o ex-treinador Mano Menezes, já havia alertado a diretoria que o atleta não fazia parte dos planos para 2016.

Willians era visto como uma má influência no grupo, principalmente para os jogadores mais jovens, devido ao seu comportamento extracampo. Não por acaso, assim que surgiu o interesse do Corinthians, a cúpula estrelada não fez nenhum esforço para segurá-lo. O único pedido do diretor de futebol do Cruzeiro, Thiago Scuro, responsável por intermediar a negociação, foi incluir o jovem Maciel, de 20 anos, na troca.

Revelado em 2015, o novo jogador do Cruzeiro acumula seis jogos e um gol como profissional. Na avaliação de Deivid, ele se encaixa melhor no projeto da equipe, já que possui um estilo técnico e ofensivo, ao contrário de Willians, famoso pela marcação.

Foi justamente por isso que o técnico Tite o indicou para o Corinthians. Com a saída de Ralf para o futebol chinês, o treinador orientou a diretoria do time paulista sobre a necessidade de um volante de “pegada”.

Tite entende que Marciel teria poucas chances no Timão na atual temporada, principalmente por atuar em uma faixa de campo semelhante ao titular Elias.

Essa, inclusive, foi a explicação do gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar, sobre a troca, muito criticada pelos corintianos. Nas redes sociais, os torcedores reclamaram do negócio envolvendo a revelação do clube paulista.

“Não sei se seria ideal o Marciel assumir um papel na equipe (titular). Talvez seja o momento para jogadores com um pouco mais de bagagem. Ele terá a oportunidade de jogar em um clube com bastante estrutura (Cruzeiro), e o Willians poderá ser muito útil por aqui”, explicou Gaspar.

Altos e baixos

Contratado no início do ano passado para suprir a saída do jovem Lucas Silva, Willians assinou contrato de três anos com o Cruzeiro. Com a camisa azul, ele disputou 41 jogos e marcou apenas um gol.

Titular absoluto com Marcelo Oliveira, o jogador havia perdido espaço com Vanderlei Luxemburgo, devido às constantes suspensões no Brasileirão – o atleta foi o recordistas de cartões na competição.

Com a saída de Luxa, foi justamente Deivid quem deu uma nova chance ao atleta, que voltou a ser titular com Mano Menezes. Neste início de temporada, porém, Willians não vinha treinando sequer entre os reservas do time.

Nos bastidores do clube, o comentário é que a relação de Willians com a diretoria celeste estava bastante desgastado devido aos problemas extracampo.

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