Disparou. Em uma das “finais antecipadas” que o Campeonato Brasileiro por pontos corridos pode proporcionar, o Cruzeiro fez o esperado por sua torcida e bateu o Botafogo por 3 a 0, na noite desta quarta-feira (18), no Mineirão. Com gols de Nilton e Julio Baptista, duas vezes, a Raposa chegou aos 49 pontos na tabela, abrindo sete de vantagem para o time de General Severiano, o segundo colocado.
O Cruzeiro volta a campo no próximo domingo (22), quando encara o Corinthians, no Pacaembu, às 16 horas. No mesmo horário, o Botafogo recebe o Bahia, no Maracanã, tentando se recuperar da traumática derrota.
Intenso
Como prometido, o duelo entre Cruzeiro e Botafogo foi um acúmulo de emoções para os torcedores presentes no Mineirão. Em campo, as duas melhores equipes do Brasileirão se contrastavam em posturas. De um lado, a Raposa, dona da casa, esticava suas linhas e pressionava o adversário, atacando desde o primeiro minuto. Do outro, um time alvinegro que chegou pouco se comparado ao rival, mas era sempre com perigo.
Esse panorama já era evidente desde os cinco minutos iniciais. Neles, o Cruzeiro tentou abusar da velocidade de sua linha de frente, atacando o adversário com, no mínimo, três opções e pressionando a saída de bola dos cariocas. Essa postura fez com que o Botafogo só conseguisse passar da intermediária celeste no oitavo giro do relógio, quando Lodeiro recebeu uma bola na meia-lua, mas chutou por cima. Aos 19, Elias perdeu grande oportunidade ao chutar em cima de Fábio, após deixar Egídio na saudade.
A Raposa também era muito perigosa. Não abriu o placar aos 11 minutos porque Jefferson resolveu intervir de forma milagrosa em uma cabeçada de Goulart. Nos cruzamentos rasteiros, também desperdiçava grandes oportunidades, como aos 25 e 26 minutos. Na primeira chance, Ricardo Goulart tentou completar cruzamento de Ceará com um carrinho, mas chegou um pouco atrasado. O “tempo de bola” também faltou para Willian, que não conseguiu alcançar a pelota na jogada seguinte, após bela trama de Egídio pela esquerda.
Conforme o relógio caminhava para os últimos minutos da primeira etapa, o físico pesou e o ritmo intenso diminuiu. O empate na descida para o vestiário já era quase que uma realidade, mas eis que o Cruzeiro brindou seu torcedor com um gol nos últimos momentos de jogo. Gol, não. Golaço! Aos 46 minutos, a bola foi cruzada para o miolo da área e caiu nos pés de Nilton, que acertou um belíssimo voleio e fez a pelota morrer no barbante. 1 a 0.
Voleio de Nílton não deu chances para Jefferson reagir (Foto: Carlos Roberto)
Emoção
Com a desvantagem no marcador, o Botafogo resolveu ser mais presente no campo adversário na etapa complementar. A postura de explorar os contra-ataques foi abandonada, o que deixou a partida ainda mais aberta e empolgante.
Quem apertava a saída de bola do adversário agora era o time de General Severiano, que aproveitou uma Raposa desatenta na troca de passes. Em uma dessas jogadas, a bola caiu nos pés de Seedorf, que lançou Rafael Marques na área. Estabanado, Bruno Rodrigo tentou cortar, mas acertou o atacante alvinegro. Pênalti! Porém, como diz a máxima do futebol, uma hora o craque da equipe erra a penalidade máxima. E foi a vez do holandês cumprir a regra, ao mandar a pelota para fora.
O Cruzeiro também levava perigo e não mostrou era o melhor ataque da competição por um acaso. Quando o Botafogo avançou muito, deu espaços, o que fez amadurecer o gol celeste. E ele veio como castigo ao erro de Seedorf aos 36 minutos, quando Julio Baptista converteu pênalti cometido em cima de Everton Ribeiro e aumentou o placar no Mineirão. 2 a 0.
A “cereja do bolo” veio aos 42, quando “La Bestia” recuperou bola no meio do campo, tabelou com Dagoberto, driblou o adversário e chutou com força para o barbante. 3 a 0. Placar que garantia o oitavo triunfo consecutivo da Raposa no Brasileirão, igualando a maior sequência de vitória do Cruzeiro na campanha da “Tríplice Coroa”, em 2003. Será um prenúncio?
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 3 X 0 BOTAFOGO
CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo, Egídio; Nilton (Henrique), Lucas Silva, Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart (Dagoberto); Willian e Borges (Julio Baptista). Técnico: Marcelo Oliveira
BOTAFOGO: Jefferson, Edílson, Bolívar, André Bahia, Júlio César; Marcelo Mattos, Renato (Hyuri), Seedorf, Lodeiro e Elias (Alex); Rafael Marques (Henrique). Técnico: Oswaldo de Oliveira
Gols: Nilton (aos 46' do 1º tempo); Julio Baptista (de pênalti, aos 36') (aos 42' do 2º tempo)
Motivo: Jogo válido pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro
Data: 18 de setembro de 2013
Estádio: Mineirão
Cidade: Belo Horizonte
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira
Árbitros assistentes: Anderson José de Moraes Coelho e Marcelo Bertanha Barison
Árbitros assistentes adicionais: Eduardo Tomaz de Aquino Valadão e Osimar Moreira da Silva Junior
Cartões amarelos: Elias (Botafogo); Julio Baptista (Cruzeiro)