
Não foi a atuação dos sonhos, mas o Cruzeiro cumpriu o “dever de casa” e quebrou o incômodo jejum de sete partidas, após vencer a Portuguesa por 2 a 0, na noite desta quarta-feira (10), no Melão, em Varginha. Montillo tirou o primeiro zero do placar de pênalti, aos 37 minutos da etapa inicial. No apagar das luzes, Souza completou para o gol e deu números finais ao embate.
Com o triunfo, o Cruzeiro chegou aos 39 pontos e pode terminar a rodada em oitavo. A Raposa voltará a campo no próximo sábado (13), quando encara o Flamengo, às 18h30, no Engenhão, Rio de Janeiro. No mesmo dia, porém às 21 horas, a Lusa recebe o Corinthians, no Canindé, buscando sua recuperação.
Ataques constantes
Se a finalização escassa foi a tônica do último duelo contra o Grêmio, quando em apenas duas oportunidades a Raposa levou perigo ao time gaúcho, o mesmo não se pode dizer do embate desta quarta-feira. Somente nos primeiros dez minutos, o Cruzeiro chegou por cinco vezes à meta defendida por Dida. Nenhuma assustou, diga-se de passagem, uma vez que ora o gramado castigava a bola, ora era castigado pelos atletas. Mas, ainda assim, a pressão inicial foi um bom prenúncio.
Bom porque a equipe estrelada mostrou seu ímpeto ofensivo. Ainda que a Lusa mostrasse perigo nos contragolpes, a primeira etapa teve como tônica um Cruzeiro que buscava variações de jogadas para tirar o primeiro zero do placar, mesmo que a qualidade não fosse a desejável. Um dos exemplos claros foi o questionado Diego Renan. Atuando na extrema direita, o lateral levou perigo aos adversários, assim como Anselmo Ramon, que distribuiu bem a pelota com sua tradicional jogada de pivô. Quem também se sobressaiu foi Montillo, que mostrou ousadia e deixou a defesa adversária em pânico em certos momentos.
E foi do pé do argentino que saiu o único tento da etapa inicial. Aos 36 minutos, Everton centrou bola no miolo da área e Borges cabeceou rumo ao gol. A bola só não entrou porque parou na mão de Valdomiro. Pênalti. Montillo não titubeou e colocou a equipe celeste em vantagem na primeira etapa. 1 a 0.
Time atrás da linha da bola
A segunda etapa mostrou um Cruzeiro totalmente diferente daquele que estava no gramado durante os 45 minutos iniciais do duelo. Sem iniciativa, a Raposa ficou atrás da linha da bola em boa parte da peleja, deixando a Lusa criar oportunidades perigosas, como aos quatro minutos, quando Bruno Mineiro perdeu duas chances claras para empatar o duelo. Aos 15, após bela trama, o time paulista chegou a balançar as redes. Porém, o assistente já havia assinalado impedimento um tanto quanto questionável.
A Portuguesa avançava em debandada, pois queria a igualdade a qualquer custo. Com isso, deixava espaços no campo, que o Cruzeiro não conseguia se aproveitar da situação. Foi somente com a entrada de Martinuccio que a Raposa passou a assustar o adversário. O meia-atacante argentino criou duas oportunidades incríveis em sequência aos 30 minutos. Em uma, deixou Anselmo Ramon de frente para o crime, mas o centroavante perdeu. Na outra, Montillo não conseguiu dominar com precisão a pelota, quando a recebeu livre na marca do pênalti. Pecado.
No apagar das luzes, quando a Lusa pressionava em busca do gol de empate, a Raposa conseguiu ampliar o placar. Martinuccio escapou em velocidade pela esquerda e cruzou para Souza, que, sozinho, conseguiu dar números finais à partida. 2 a 0. Se não foi a atuação dos sonhos da torcida celeste, a vitória quebrou o incômodo jejum de sete partidas e devolveu a confiança aos jogadores, que ainda tentam um “algo mais” neste Brasileirão.