Dirigentes da Sul-Minas-Rio marcam reunião que deve engavetar torneio

Frederico Ribeiro e Gláucio Castro - Hoje em Dia
11/12/2015 às 07:13.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:17
 (Wahington Alves/Light Press/DIVULGAÇÃO)

(Wahington Alves/Light Press/DIVULGAÇÃO)

“Surpreendente e prejudicial”. Assim foi classificado o rompimento do Cruzeiro com a recém-criada Liga Sul-Minas-Rio, nas palavras do vice-presidente da entidade e mandatário do Avaí, Nilton Machado. Para tentar digerir a decisão da Raposa e definir os rumos do grupo, ele e os demais dirigentes da associação se reunião na segunda-feira (14), no Rio de Janeiro. Além disso, haverá um novo encontro com a cúpula da CBF, dois dias depois.

O desligamento foi anunciado nessa quinta (10) pelo presidente do clube estrelado e da própria Liga, Gilvan de Pinho Tavares. Pressionados pela TV Globo, detentora dos direitos do Campeonato Carioca, Flamengo e Fluminense devem seguir o mesmo caminho nos próximos dias. Com isso, o torneio independente reunindo as equipes associadas, batizado de Primeira Liga, corre risco de não sair do papel.

Apesar da “surpresa”, o rompimento já era cogitada, como havia revelado o Hoje em Dia em 3 de dezembro. Os representantes dos 15 clubes já sabiam que a Raposa estava com um pé fora da entidade após um impasse político na última reunião do grupo.

Publicamente, Gilvan alegou discordância em relação à distribuição das cotas de transmissão de TV do campeonato. Mas, além disso, ele havia se sentido constrangido e até mesmo traído quando o mandatário do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, foi eleito “copresidente” da Liga em uma manobra de bastidores.

“Eu e outros clubes discordamos desta situação (nomeação de Petraglia). A Liga era a proposta de reorganização do futebol com integração e transparência. Se acabou isso, acabou a Liga”, declarou o cruzeirense.

Criada para ser financeiramente mais democrática, a Primeira Liga adotaria o modelo inglês: 50% das cotas seriam distribuídas igualmente, outros 25% de acordo com o desempenho dos times, e os outros 25%, proporcionalmente à audiência de cada clube.

De acordo com o presidente da Raposa, porém, a tranmissão ainda não havia sido negociada. “Você não pode fazer um torneio que não tenha cobertura da TV. Trouxemos a questão para a diretoria, fomos apoiados e não vamos disputar um torneio que não vai ser rentável agora”. A arrecadação prevista para a Primeira Liga, entre dinheiro da TV e de patrocinadores, era de R$ 115 milhões.

Dez dos 15 integrantes da entidade disputariam a primeira edição da copa interestadual, entre eles o Cruzeiro e o Atlético. O América ficaria de fora em 2016.

Alexandre Kalil

Diretor executivo da Liga Sul-Minas-Rio, o ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil se disse surpreso com o rompimento do Cruzeiro. “Eu estranho muito, porque foi o Gilvan que me convidou (para o cargo) desde o começo. Quando fui caluniado lá na CBF, eu pedi demissão, mas o Gilvan me pediu para ficar, pois precisavam de mim. Eu concordei e aceitei. Agora, aconteceu isso”, afirmou Kalil, referindo-se a uma acusação de nepotismo na Liga, feita pelo presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero.

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