“Pô, Victorino! Está acostumado a perder?” O diálogo flagrado pelo Hoje em Dia no rachão do Cruzeiro da última sexta-feira, às vésperas do jogo contra o Criciúma, foi uma brincadeira entre o atacante Luan e o defensor estrelado, após o uruguaio perder uma jogada que se transformou em gol do time adversário.
Mais do que um momento de descontração, um dia antes de a Raposa fazer 5 a 3 nos catarinenses, chegar aos 65 pontos e aumentar para 12 a diferença diante do Botafogo, vice-líder do Campeonato Brasileiro, o diálogo bem humorado pode ser interpretado de outra forma: o atual grupo do Cruzeiro não está acostumado a perder.
Do time titular, apenas o meia Éverton Ribeiro e o volante Lucas Silva não sabem ainda o que é gritar “campeão” em um torneio de expressão nacional ou internacional. Essa característica pode ser um dos pontos fortes do time, que não se abateu frente às adversidades desta temporada.
“O Borges já ganhou, o Dagoberto também. São jogadores que têm um histórico bacana e tentam passar para os outros como é importante uma conquista, que fica marcada na carreira do atleta e na história do clube”, comenta o volante Nilton.
Além disso, a experiência em levantar taças deverá ser primordial na fase final da competição, quando Marcelo Oliveira e seus comandados tentam controlar a ansiedade, à medida que o título fica cada rodada mais próximo da Toca II.
Reta final
A sete partidas para o fim do Brasileirão, uma vitória contra o Santos, domingo, às 17h, na Vila Belmiro, somada a outro sucesso frente ao Grêmio, em 10 de novembro, pode significar o tricampeonato estrelado. “Tento controlar a ansiedade para continuar trabalhando, pois temos sete decisões em que precisamos concretizar o título”, reforça o goleiro Fábio.
O camisa 1 estrelado também já foi campeão nacional, mas na reserva do Vasco, em 2000. “Era muito jovem (20 anos), mas contou muito para minha experiência no começo de carreira. Depois de 13 anos, estou tendo a oportunidade de ser campeão novamente”, disse.