Em entrevista à Época, dono do Supermercados BH revela mágoa e adiantamentos ao Cruzeiro

Álvaro Castro - Hoje em Dia
27/01/2016 às 11:28.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:11
 (Washington Alves)

(Washington Alves)

O Cruzeiro conseguiu angariar a Caixa como patrocinadora máster em sua camisa para 2016, fato que vinha sendo tentado já há alguns anos, desde que o banco iniciou sua caminhada no futebol brasileiro. Contudo, no processo, perdeu o Supermercados BH, parceiro que estampou a camisa no ano passado e que, segundo seu dono, Pedro Lourenço, socorreu o clube em diversas ocasiões. A revelação foi feita em entrevista à Revista Época nesta quarta-feira (27).

Conselheiro do clube, Lourenço mostrou revolta com a forma que teria sido tratado pela Raposa. "Eu sairia sem nenhum problema. Mas quando quiseram me dar o rodapé da camisa pelo mesmo valor, fiquei revoltado. Faltou jogo de cintura, de compromisso, na forma como me trataram", disse Lourenço à Época.

Na segunda-feira (25), dia em que o Cruzeiro anunciou o acerto com o banco, a rede de supermercados divulgou uma nota na qual questionava desalinhos comerciais e negligência do Cruzeiro. A rede varejista teria recebido como proposta estampar a parte inferior das costas da camisa azul, contudo sem redução de verba.

Pedro Lourenço revelou, ainda, que teria auxliado o clube em diversas situações em 2015, adiantando verbas para que a contas não ficassem atrasadas, para que os salários fossem pagos em dia, entre outros. Como garantia, pequenos percentuais de jogadores teriam sido repassados a Lourenço.  

"Tenho lá participações, mas nunca quis ser agente de futebol. Fazia de coração. Eles quiseram R$ 6 milhões para pagar o [De] Arrascaeta [uruguaio contratado em janeiro de 2015], R$ 1 milhão e tanto para contratar um zagueiro, coisas assim. Eu recebi alguns direitos como garantia", explicou.

O diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes, em contato com a reportagem do Hoje em Dia afirmou que o presidente ao ser questionado sobre a questão explicou:

"Com relação à participação pecentual, desde que a Fifa proibiu negociações percentuais de jogadores com terceiros, o Cruzeiro não vem mais fazendo esse tipo de movimentação com ninguém e referente a nenhum atleta. Sobre os empréstimos do clube com o Supermercado BH, são operações comuns no mercado, ja foram feitas algumas operações desse tipo. Na semana passada foi feita uma operação semelhante com os Supermercados BH para pagar parte da folha, não na íntegra. O Cruzeiro reitera que os salários estão rigorosamente em dia no clube. Todas as operações respeitam rigorosamente as regras de mercado", explicou.

Vale ressaltar que desde 1º de maio de 2015 a Fifa proíbe a participação de investidores nos direitos econômicos de atletas de futebol, profissionais ou das categorias de base.
 

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