Chegar à marca de 100 jogos por um mesmo clube é sempre relevante na carreira de um jogador, especialmente nos dias de hoje, com as transferências cada vez mais constantes e a queda da "fidelização" a uma equipe. Por isso, além de defender a liderança do Brasileirão e encarar o principal rival, o meia celeste Everton Ribeiro terá um motivo a mais para celebrar: seu centésimo jogo pelo time cinco estrelas, diante do Atlético neste domingo (21) no Mineirão. Ao todo, são 99 jogos com a camisa azul e 21 gols (42 jogos e 6 gols em 2014).

"Só de ser um clássico tem motivação extra, é uma marca importante para mim, um grande clube estar fazendo 100 jogos, é muito bom. Vou dar ainda mais a vida para trazer essa vitória e fazer um dia ainda mais feliz para mim. Eu era um jogador que estava buscando meu grande espaço em um grande clube. Agora não é diferente, quero fazer minha historia no cruzeiro, buscar ainda amais títulos, junto com a seleção, estou cada vez mais feliz. Vamos buscar a vitória nesse jogo de número 100 no Cruzeiro", disse.

"Essa marca de 100 jogos tem que ser comemorada. É um jogador que se destacou muito, foi o craque do campeonato passado e a diretoria conseguiu conservar este jogador no elenco. É muito difícil, porque este tipo de jogador é assediado, a concorrência é desleal, vem valores altos e o próprio jogador se interessa pela independência. Eu vejo o Everton muito feliz aqui; é indício do bom ambiente", completou o técnico Marcelo Oliveira.

Contratado como homem de confiança de Marcelo Oliveira para a temporada passada, o meia, que veio do Coritiba, logo caiu nas graças da torcida e com ótimas atuações e justificando a aposta feito pelo treinador, que o dirigiu em duas temporadas no Coxa. Rápido e driblador, o camisa 17 foi fundamental na implantação do sistema de jogo adotado pelo comandante celeste, um envolvente 4-2-3-1, com dois volantes que marcam e saem para o jogo, três meias circulando em linha (com Ribeiro assumindo normalmente a ponta direita) e apenas um homem de referência na frente.

A parceria entre treinador e jogador fez com que rapidamente Everton assumisse o papel de protagonista em um time recheado de jogadores consagrados, como Fábio, Dagoberto, Borges e Júlio Baptista. A canhotinha habilidosa rendeu ao jogador e ao torcedor do Cruzeiro lances de gênio, como os golaços marcados contra o Flamengo, com direito a um chapéu, na Copa do Brasil, e contra o Santos, quando driblou três marcadores para bater no cantinho esquerdo de Aranha. As boas atuações o consagraram como o melhor jogador do Brasileirão do ano passado e neste ano o coroaram com duas convocações para a Seleção Brasileira, dentro do processo de renovação de Dunga.

"O Marcelo tem grande parte (no meu bom rendimento), o próprio Alexandre (Mattos) que me trouxe e me deu confiança. A equipe que é muito forte, me dá confiança, me passa tranquilidade muito grande. São muitos fatores, até mesmo a torcida que também me incentiva", analisou.

De jeito simples e fala mansa, o paulista de Arujá, próximo a Guarulhos, na Grande São Paulo, conseguiu superar o começo de carreira difícil no Corinthians. Originalmente lateral-esquerdo, a então jovem revelação amargou a queda do clube para a segunda divisão em 2007. Sem muito espaço no elenco, foi emprestado para o São Caetano. No clube do ABC, foi paulatinamente sendo avançado e acabou se firmando como meia. Após três boas temporadas, foi vendido para o Coritiba onde encontrou Marcelo Oliveira e viu seu futebol se estabilizar.

"O acompanhava no São Caetano, quando indicamos para o Coritiba. Lá ele entrava e saia, mas já se mostrava técnico e criativo. Aqui ele se tornou um jogador completo, mais forte, mais participativo, usa técnica com a bola nos pés, coloca velocidade nas jogadas e participa da recomposição, até tomada bola. Está preparado para jogar em qualquer time, inclusive na seleção", contou o treinador estrelado.

Na Raposa, aos poucos foi subindo de produção e se transformando no "dono do time". Passes precisos, dribles desconcertantes e gols importantes o ajudaram a se destacar e ganhar o status de protagonista na equipe sem estrelas. Este ano, é o principal garçom do time e é um dos responsáveis pela grande campanha do time. Atualmente, o Cruzeiro lidera de forma isolada o Brasileirão com 49 pontos, contra 42 do segundo colocado, São Paulo.

(*)Com Alberto Ribeiro - Hoje em Dia

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