Levir Culpi e Marcelo Oliveira têm uma missão em comum na Copa do Brasil: acabar com o estigma de vice-campeões. O técnico do Galo já venceu o torneio, justamente com o rival Cruzeiro, em 1996, mas ganhou o apelido de “Levice” pelas segundas colocações em 1998 e 2000. Já Marcelo Oliveira fracassou ao tentar levar o Coritiba ao título nacional. Hoje na Raposa, o treinador chegou a duas finais da competição com o Coxa, em 2011 e 2012, mas acabou levando a pior, contra Vasco e Palmeiras, respectivamente.

Nas semifinais, os dois treinadores terão pela frente adversários já conhecidos. Com carreira iniciada nas categorias de base do Atlético, Marcelo cansou de enfrentar o também mineiro Enderson Moreira. Muito antes de comandar o Santos, o técnico foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2007 com a Raposa.

Do outro lado da chave, Levir mede forças com Vanderlei Luxemburgo. Contemporâneos, eles fizeram sucesso na década de 1990 – inclusive, foi sobre o rival que o atual técnico do Galo levou a taça de 1996 pela Raposa.

Mata-Mata

Com Marcelo Oliveira à beira do gramado, o Cruzeiro foi o campeão indiscutível do Brasileirão no ano passado e, nesta temporada, lidera a competição desde a sexta rodada. Ingredientes suficientes para deixar qualquer um tranquilo quanto ao trabalho, mas não para o técnico celeste. Considerado um estrategista nos pontos corridos, ele ainda deixa a China Azul com um pé atrás quando o sistema é o mata-mata.

Afinal, já foram três eliminações desde a chegada à Toca da Raposa, no fim de 2012. Após a derrota no Estadual, o time foi superado precocemente pelo Flamengo na Copa do Brasil em jogo até hoje lamentado pelos torcedores. A esperança estava na Libertadores, mas o Cruzeiro voltou a tropeçar na fase eliminatória, desta vez para o San Lorenzo.

Agora, nas semifinais da Copa do Brasil, ele espera quebrar essa “maldição”. A começar pelo Santos, nesta quarta-feira (29), no Mineirão. “Vai ser um jogo muito difícil. Vamos precisar nos mobilizar e descansar bem, porque teremos muitas dificuldades contra o time deles”, afirmou o técnico celeste.

Fome Pelo Título

A possível conquista não representaria apenas a vaga na Libertadores para o Atlético. É a chance de o clube vencer o título que ainda falta na sua galeria.

Além disso, Levir pode consolidar a “lua de mel” com a torcida alvinegra. Com contrato até o fim do ano, ele ainda tem dúvidas sobre o futuro na próxima temporada (haverá eleição presidencial até o dia 15 de dezembro).

Contudo, o treinador de 61 anos deixa seu futuro de lado e foca apenas nos planos de curto prazo. “Vamos pensar nas duas frentes (Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil). Não estou pensando ainda na renovação de contrato, estou bem tranquilo nesse aspecto. Acho que podemos fazer bonito nas duas competições. No decorrer do ano, vamos conversar sobre a renovação, com certeza”, avisou o comandante.

Reforços

Os dois treinadores receberam boas notícias dos médicos. No Atlético, o zagueiro Leonardo Silva treinou com bola nessa segunda-feira (27) e está liberado. Pela Raposa, o meia Júlio Baptista e o atacante Borges também treinaram normalmente, bem como o goleiro Fábio, que torceu o tornozelo no empate contra o Figueirense.

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