Marcar forte e ignorar catimba são dicas para obter bom resultado na Argentina

Pedro Artur e Gláucio Castro - Hoje em Dia
20/05/2015 às 07:13.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:07
 (Washington Alves)

(Washington Alves)

Jogar na Argentina nunca foi fácil para times brasileiros. Principalmente em partidas decisivas de mata-mata como a dessa quinta-feira (21) entre Cruzeiro e River Plate, pelas quartas de final da Copa Libertadores, no Monumental de Núñez, em Buenos Aires.

Ex-jogadores do time estrelado, que participaram das poucas vitórias no país vizinho, dão dicas para o time comandado por Marcelo Oliveira obter um bom resultado fora. O jogo de volta será na próxima quarta-feira, no Mineirão.

Na avaliação de Ricardinho, o importante é atuar de forma equilibrada tanto no ataque quanto na defesa. “É preciso jogar com uma marcação eficiente, sem dar espaços ao adversário, neutralizando seus pontos fortes, além de rapidez nos contra-ataques”, recomenda o ex-volante. Ele teve participação importante na conquista da Recopa de 1999, com a vitória por 3 a 0 sobre o River Plate, no Monumental.

Outro protagonista desta rivalidade entre brasileiros e argentinos, pelo lado cruzeirense, é Gilberto. Em sua última passagem na Toca, ele se destacou na vitória sobre o Estudiantes por 3 a 0, em La Plata, pela Libertadores de 2011. Embora seja um tema batido, o ex-lateral pede calma aos jogadores diante da velha catimba argentina.

Gilberto recorda que os argentinos, numa forma de desestabilizá-lo, apelavam até para xingamentos preconceituosos. “Eles nos chamavam de macaco, negro, mas não acho que era por questão de racismo, e sim para tentar desestabilizar. A gente sabe como é o argentino com futebol. Mas o jogador do Cruzeiro não pode dar trela para esse tipo de provocação, nem se intimidar com a torcida”, ressalta o ex-jogador, autor de um belíssimo gol em La Plata. Thiago Ribeiro e Wallyson fizeram os outros.

Outro personagem do Cruzeiro com rica passagem por terras argentinas é o ex-volante Douglas. Ele participou da histórica vitória sobre o Boca Juniors, pela Libertadores, em 1994, por 2 a 1, que calou a temível Bombonera.

Para Douglas, só há uma saída para a equipe liderada pelo goleiro e capitão Fábio. “Concentração total durante os 90 minutos da partida. É o tipo de jogo que não aceita erro. Não dá para depois o jogador dizer não deu para acompanhar, esqueci de marcar, enfatiza.

Outra postura

O Cruzeiro realmente terá que mudar a postura que teve nos jogos recentes disputados fora de casa para tentar decidir com tranquilidade no Mineirão. Sobretudo porque o retrospecto do time na Argentina é amplamente desfavorável. Em 38 jogos foram apenas sete vitórias. O time foi derrotado 26 vezes e teve cinco empates.

Embora cada um tenha sua receita própria para obter sucesso na Argentina, os ex-jogadores com história no Cruzeiro apontam para a mesma direção: jogar o futebol brasileiro.

“Tem que jogar. Não pode ir só para defender de jeito nenhum. É impossível suportar a pressão. A gente ia para ganhar, jogar para cima”, afirma Douglas.

Gilberto não deixa por menos. “É ir com espírito de jogar e vencer. Contra o Estudiantes, que tinha um sabor de revanche, jogamos demais e não demos chances”, destaca.

A recomendação de Ricardinho é simples, mas emblemática. “Tem que igualar na raça, na força física, porque assim a técnica brasileira prevalece”, avalia.

Time embarca com a proposta de balançar a rede fora de casa

Há exatamente uma semana, o Cruzeiro vencia o São Paulo, no Mineirão, e carimbava o passaporte para as quartas de final da Libertadores. A partida épica diante do Tricolor se tornou uma referência dentro da Toca da Raposa II.

Nesta terça-feira (19), após o último treino antes do embarque para Buenos Aires, a postura do time azul frente aos paulistas foi repetida por todos os jogadores da Raposa. “Que a gente possa fazer um jogo parecido, mas desta vez com mais gols. Contra o São Paulo, criamos muito, pressionamos o tempo todo. Poderíamos ter marcado mais e ter evitado os pênaltis. É assim que temos que entrar em campo na quinta-feira, pressionando bastante”, diz Leandro Damião.

"O pensamento é buscar o gol a todo momento, sem descuidar da marcação. Um gol seria muito importante para a gente lá”, completa o camisa 9, que balançou a rede contra o Tricolor. “Temos que matar um leão a cada dia e, se possível, jogar ainda melhor do que contra o São Paulo”, acrescenta Marquinhos.

Para tentar manter o mesmo padrão do último jogo pela Libertadores, o técnico Marcelo Oliveira deve mandar a campo contra o River Plate o mesmo time que encarou o time do Morumbi: Fábio; Mayke, Bruno Rodrigo, Manoel e Mena; Willians, Henrique, Marquinhos e Arrascaeta; Willian e Leandro Damião. “É um sonho de criança participar de um jogo como este. Vai ser uma partida muito pegada, com estádio cheio, mas é jogo assim que motiva qualquer atleta”, diz Damião.

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