Morre a mãe do treinador Marcelo Oliveira, do Cruzeiro

Hoje em Dia
26/05/2015 às 09:17.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:12
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Morreu em decorrência de um câncer a mãe do treinador do Cruzeiro, Marcelo Oliveira, dona Luiza Raimunda de Oliveira de 86 anos. Ela será enterrada às 14h30 em Pedro Leopoldo. Mesmo com a perda, o comandante celeste participou do treino da manhã desta terça-feira (26), marcado para as 10 horas no Mineirão. .Nessa quarta-feira a Raposa entra em campo contra o River Plate pela Libertadores, às 22 horas no Gigante da Pampulha.   Desde o início da manhã, a hashtag #ForçaMarcelo vem crescendo e já está nos Trending Topics nacional no Twitter, com diversas homenagens de torcedores. Alguns já começam a se mobilizar para comparecer ao treino desta terça para levar consolo ao comandante. Outros já planejam para levar cartazes para a partida de quarta no Mineirão.

O atacante Leandro Damião falou sobre a perda do comandante após o treino desta terça. "Notícia triste. Ele é uma baita pessoa. Só quem passa por isso para saber. Estaremos juntos com ele. Que ele possa fazer para dar força, estar perto da família. Estaremos aqui para dar força a ele. Que a gente possa vencer e dar essa vitória para ele”, disse.

Veja algumas manifestações de torcedores 



  Em novembro de 2013, o Hoje em Dia conversou com Dona Luzía às vésperas da conquista do título Brasileiro pelo Cruzeiro. Confira, na íntegra, o texto do repórter Gláucio Castro.   Desafio quase cumprido   Marcelo Oliveira pode chegar ao principal título da carreira


Mãe de Marcelo, Luíza Oliveira preparando um saboroso frango com quiabo, prato favorito do filho (Foto: Lucas Prates/Hoje em Dia)   A chuva fina que insistia em cair não tirava a empolgação de um grupo de crianças que, no fim da tarde da última quinta-feira, disputava uma animada partida de futebol no campo do Estádio César Julião, no Centro de Pedro Leopoldo, na Grande BH. Entre um lance e outro, ainda meio desajeitados por causa da pouca idade, aqueles garotos, que tinham entre 4 e 6 anos, sonhavam alto.   Há 50 anos, nesse mesmo local, com as mesmas ideias na cabeça e um pouco mais de habilidade nos pés, o pequeno Marcelo Oliveira Santos também deixava a imaginação fluir. O que era apenas uma diversão com os colegas do bairro acabou se transformando no pontapé inicial de uma carreira vitoriosa. Hoje, o quase sexagenário técnico Marcelo Oliveira, de 58 anos, pode conquistar o título mais importante de sua trajetória profissional.   No início do ano, o ex-atacante e ex-treinador do Atlético se viu diante de um grande desafio. Foi convidado para assumir o comando do maior rival do clube que o revelou. Apenas 11 meses depois, conquistou o respeito da torcida celeste e pode gravar definitivamente, nesta tarde, seu nome na história do Cruzeiro, garantindo o tricampeonato brasileiro para a Raposa.   "Eu cansei de ir à rua buscá-lo para estudar", relembra, com brilho nos olhos, a dona de casa Luíza Oliveira Santos, de 85 anos, mãe do treinador. Por azar ou sorte, a família Santos Oliveira morava em uma pequena casa na rua Comendador Antônio Alves, bem em frente ao principal campo de Pedro Leopoldo. "Assim ficava ainda mais difícil de controlá-lo. Era só atravessar a rua que tinha gente jogando bola ali o tempo todo. Além do mais, o pai também era jogador. Ficava difícil de impedir", completa dona Luíza.   Artimanhas   O sonho de se transformar em um atleta profissional fazia o menino Marcelo criar artimanhas para sair de casa sem ser notado pela mãe. "Ele passava agachado em uma janela da cozinha para que eu não percebesse. Isso ele só foi me confessar mais tarde, quando já estava no Atlético", revela, esbanjando bom humor.   Apesar de ser uma das grandes incentivadoras da carreira do filho, a aposentada esteve no Mineirão apenas uma vez, quando o então atacante ainda vestia a camisa do Galo. "Acho que dei sorte. O Atlético venceu o Villa Nova, por 1 a 0, e ele quem fez o gol. Hoje em dia, é tudo mais complicado. Tenho vontade de voltar, mas fico sempre apreensiva. Quem sabe não vou neste domingo na partida contra o Grêmio", diz a mãe Luíza.    A diversão com os colegas do bairro acabou dando início a uma carreira vitoriosa.     Refúgio nas origens, com os familiares   Os ingredientes para preparar um saboroso frango com quiabo, prato favorito de Marcelo Oliveira, já estão separados. "Vamos ver quando ele vai ter tempo para aparecer. Agora está tudo mais difícil, por causa de tantos compromissos. Eu que tenho ido mais à casa dele", confessa a mãe do treinador, Luíza Oliveira. "O Marcelo é um filho maravilhoso. Me liga sempre, quer saber como está minha saúde, fala para fazer caminhada", conta.
  Sempre que pode, Marcelo visita Pedro Leopoldo para curtir o carinho da família. Além da mãe, o técnico do Cruzeiro tem os irmãos Maurício e Roberto vivendo na cidade vizinha a Belo Horizonte. A única irmã, Rosália, mora nos Estados Unidos. O pai, Geraldo Francisco dos Santos, faleceu há cinco anos, aos 90.
  A casa onde o técnico foi criado, em frente ao campo, ainda pertence à família e se transformou em comércio. Mas eles seguem a poucos metros do local. A nova residência é fruto do primeiro dinheiro que o ex-jogador ganhou como profissional.
  Quando está na cidade onde passou a infância e parte da adolescência, Marcelo fica a maior parte do tempo em casa, com familiares. Às vezes, dá uma passadinha no estádio César Julião, a um quarteirão, para matar saudade e rever amigos, entre eles o ex-jogador Campos, que o levou para o Atlético.   Cochilo   Saborear caçarolas italianas e conversar sobre futebol na padaria Jaques, a poucos quarteirões da residência, é um dos programas que também atraem, apesar de as visitas estarem cada vez mais raras. "Depois do almoço, ele gosta de um docinho e um cochilo. Sempre compramos goiabada cascão de um distrito aqui perto, e ele adora", revela o comerciante e irmão Roberto Oliveira, de 60 anos. "É uma pessoa muito tranquila. Mais de escutar do que de falar. Mas a diversão favorita é conversar e ver futebol. Quando ele vem aqui, é o que mais fazemos", completa Maurício Oliveira, de 62, professor e preparador físico.   Nem mesmo dona Luíza fica de fora. Apesar de afirmar que não entende muito do esporte, a octogenária dá as "cornetadas" no filho. "Quando assumiu o Cruzeiro, falei para trazer o Éverton Ribeiro. Gostava dele no Coritiba. Ele falou: pode ficar tranquila que ele já está chegando'. Foi uma alegria pra mim", confessa ela, que recebeu a notícia em primeira mão. 

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