Por muito pouco, o gol do título azul de 90 não acontece

Rodrigo Rodrigues - Do Hoje em Dia
23/01/2013 às 07:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:55
 (Auremar de Castro/Hoje em Dia)

(Auremar de Castro/Hoje em Dia)

Inegavelmente, o Atlético reinou em Minas no fim dos anos 70 e na década de 80. De 1978 a 1989, o Galo conquistou 10 dos 12 estaduais disputados. À Raposa, coube os troféus de 1984 e 1987. Contudo, o título do Campeonato Mineiro de 1990 iniciou o período mais vitorioso da história cruzeirense, que ganhou pelo menos uma taça por ano até 2004.

A competição daquele ano reuniu 18 clubes, que se enfrentaram em dois turnos. Os campeões de cada etapa foram à grande decisão. O Cruzeiro foi o melhor na primeira fase. De quebra, venceu o clássico do dia 1º de abril, por 3 a 1. Careca, Roberson e Hamilton marcaram os gols do time azul. Contra, Roberson descontou para o rival.

O returno foi vencido pelo Atlético, que “devolveu” a derrota. Com gols de Nilton e Éder, contra um de Careca, o alvinegro saiu vitorioso por 2 a 1, no confronto de 27 de maio.

Os rivais chegaram à final sem direito a cometer erros. Afinal, o título seria decidido em partida única. A favor do Galo, a luta pelo tricampeonato, pois havia vencido em 1988 e 1989. Contra a Raposa, um ato de indisciplina do jovem Careca, de 21 anos, um de seus principais jogadores.

"SUMIÇO"

Dois dias antes do jogo, o atacante não compareceu aos treinos e causou grande alvoroço na Toca. “A imprensa divulgou que eu tinha sumido. Foi a maior confusão”, conta Careca.

O camisa 10 estrelado se reapresentou no sábado, pela manhã, para jogar domingo. Quando todos pensavam que o técnico Ênio Andrade, também conhecido pelo estilo durão, afastaria o jogador da partida, o treinador surpreendeu e escalou Careca.

“Ele (Ênio Andrade) disse que minha punição seria jogar. Queria ver a torcida me xingando o tempo inteiro. Fiquei tenso”, relembra.

PRESSÃO

Pressionado, Careca foi para o duelo daquele 3 de junho. No Mineirão, 90.145 cruzeirenses e atleticanos dividiam as arquibancadas.

Como todo clássico que se preze, o embate foi tenso. Mas, aos 10 minutos do segundo tempo, os deuses da bola “absolveram” Careca e “condenaram” o goleiro atleticano Rômulo. Após escanteio batido por Edson, o camisa 1 alvinegro saiu mal e a bola sobrou para Careca, livre na segunda trave, marcar de cabeça.

“Foi um alívio. O Mineirão lotado e o Cruzeiro campeão com um gol meu”, recorda o herói do título.

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