Ricardo Goulart volta a ser decisivo e dá vitória ao Cruzeiro diante do Villa

Wallace Graciano - Hoje em Dia
30/03/2013 às 20:44.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:24

Emoção foi o que não faltou no duelo entre Cruzeiro e Villa Nova, realizado neste sábado (30), no estádio Castor Cifuentes, em Nova Lima. No embate válido pela oitava rodada do Campeonato Mineiro, a Raposa soube impor a qualidade de seu elenco para superar o Leão por 4 a 2. Borges e Léo deram vantagem ao time celeste, ainda no primeiro tempo, porém Tchô, de pênalti, e Eraldo, com puro oportunismo, igualaram para o time alvirrubro. Coube ao talismã Ricardo Goulart sair do banco na etapa final para anotar os dois tentos que deram a sétima vitória em oitos jogos do time celeste na peleja.

Com o resultado, a Raposa chegou aos 22 pontos, e defenderá a liderança da peleja no próximo domingo (7) diante do rival América, no Mineirão, em jogo que será realizado às 16 horas. Já o Villa, que permanece na terceira colocação, com 15 pontos, terá de ultrapassar o difícil desafio diante do América-TO, fora de casa, na mesma data, porém às 10 horas, para seguir firme na disputa por uma vaga no G-4. Promessa de emoção na rodada seguinte.

Eletrizante

O Castor Cifuentes tem suas características bem peculiares. As dimensões reduzidas do gramado, rodeadas por arquibancadas próximas ao campo, fazem dele um verdadeiro alçapão, que assim é apelidado pelos moradores do bairro Bonfim. Muito por isso, o estádio ganha uma atmosfera que mistura entusiasmo e tensão quando os times de Belo Horizonte viajam à Nova Lima para enfrentar o Villa Nova. Felizmente, o duelo deste sábado não fugiu à regra e o que se viu foi uma partida contagiante, ainda que o tapete irregular não fosse favorável para a prática do bom futebol.

Os primeiros minutos do embate foram prova disso. Conhecendo bem os atalhos do tapete do Bonfim, o Villa tomou a iniciativa e dominou as ações iniciais. O arqueiro da Raposa, Fábio, teve de se mostrar atento a cada ofensiva do Leão, que chegava com perigo, muito pela movimentação do meia-atacante Tchô. Com a bola ou mesmo sem ela, o ex-jogador do Galo abria espaços pela defesa celeste, deixando seus companheiros de frente para o crime.

Curiosamente, quem chegou primeiro ao barbante foi o Cruzeiro, que não mostrava tanto ímpeto ofensivo. E veio de forma despretensiosa. Aos 13 minutos, a bola foi rifada na zaga celeste. Era um lance típico para a defesa alvirrubra devolver o esférico, porém falhou de forma clamorosa. Borges, que não é bobo, aproveitou o descuido e chutou da entrada da área no canto de Thiago Braga para dar números iniciais ao confronto. 1 a 0.

Até então, o Villa se mostrava consistente no setor defensivo. O problema é que sob pressão, a zaga, que era um de seus trunfos (fora vazada apenas três vezes até este sábado), não conseguiu dar segurança ao goleiro Thiago Braga. O pecado foi mortal. Aos 26, Dagoberto cobrou escanteio pela direita e Léo subiu mais que seus adversários para ampliar o placar. 2 a 0.

Mesmo atrás, o Villa manteve o entusiasmo. Soube partir em ofensiva de forma organizada, tentando aproveitar o campo reduzido para chegar com perigo ao gol do Cruzeiro. Em uma dessas oportunidades, aos 33 minutos, Tchô escapou pelo setor esquerdo e só foi parado dentro da área. Pênalti. Ele mesmo ajeitou a bola na marca do cal e não desperdiçou a chance, diminuindo o prejuízo. 2 a 1, apontava o placar, que seguiu inalterado até o apito final do primeiro tempo. A promessa era de uma etapa final tão empolgante quanto.

Ímpeto mantido

Os 45 minutos finais seguiram a tônica do período anterior: com disputas de bola intensas, passes e jogadas em velocidade, além de um jogo pegado em todos os setores, o confronto empolgou os torcedores presentes no Alçapão. Muito disso se deve ao ímpeto do Villa, que partia para cima do adversário de forma organizada e destemida. Assim, foi brindado com a igualdade no placar. Aos seis minutos, Tchô, principal nome do alvirrubro na partida, voltou a fazer bela jogada, ao escapar pela direita e centrar a bola na área, onde encontrou Eraldo livre para empatar a partida. 2 a 2.

O placar igualado deu uma atmosfera de ainda mais tensão à partida. Os dois lados queriam a vitória e partiam para cima, o que deixou o espetáculo contagiante. Era disputa intensa por cada bola, fosse ela perdida ou não, seja no ataque ou na defesa. E foi com briga intensa pela pelota que surgiu o gol de desempate, comemorado pela Raposa. Aos 25 minutos, a bola foi erguida na área. Ricardo Goulart, que acabara de entrar na partida, tentou na primeira oportunidade, mas foi interceptado. No rebote, ele chutou de bico no canto de Thiago para deixar o time estrelado à frente do marcador. 3 a 2.

Ele queria provar seu status de "talismã", que foi consolidado aos 29 minutos, quando o meia-atacante aproveitou erro de Cléber Monteiro para avançar pelo meio e chutar cruzado para a rede. 4 a 2 apontava o placar. Vale lembrar que no duelo contra a Caldense, realizado no último domingo, Ricardo Goulart saiu do banco para também dar a vitória à Raposa. Pé quente.

Nos minutos finais, o Villa tentou reverter o prejuízo, porém nada conseguiu. Ainda assim, fica para o Leão a certeza que o clube está no caminho certo, pois mediu forças com um adversário forte e sofreu o revés por pequenos pecados. O Cruzeiro, por sua vez, sai de Nova Lima empolgado. Voltou a jogar bem contra um rival organizado, e soube superar os espaços curtos e um gramado questionável. A sétima vitória em oito partidas dá a certeza que o clube se encontrou e que se corrigir alguns defeitos no setor defensivo, dará as alegrias que seu torcedor pede.

FICHA TÉCNICA

VILLA NOVA 2 X 4 CRUZEIRO Villa Nova: Thiago Braga, Rodrigo Dias, Heitor, Marco Thiago, Hyago; Cléber Monteiro, Max Carrasco, Marcelo Rosa (Sidnei), Tchô; Rafael Gomes (William Araújo) e Eraldo. Técnico: Alexandre Barroso Cruzeiro: Fábio, Ceará, Léo, Paulão, Everton; Nílton, Leandro Guerreiro, Éverton Ribeiro (Tinga) e Diego Souza (Ricardo Goulart); Dagoberto (Élber) e Borges. Técnico: Marcelo Oliveira. Gols: Borges (aos 13'), Léo (aos 26') e Tchô (pênalti) (aos 34' do 1º tempo); Eraldo (aos 6') e Ricardo Goulart (aos 25' e 29' do 2º tempo) Motivo: Jogo válido pela 8ª rodada do Campeonato Mineiro Data: 30 de março de 2013 Estádio: Alçapão do Bonfim Local: Nova Lima Árbitro: Rônei Cândido Alves Auxiliares: Celso Luiz da Silva e Pedro Araújo Dias Cotta Público: 1.929 pagantes Cartões amarelos: Éverton Ribeiro e Dagoberto (Cruzeiro); Cléber Monteiro e Marco Tiago (Villa Nova)

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