Há um ditado de que “clássico começa uma semana antes e só termina uma depois”. Não poderia ser diferente no vôlei. Após o duelo entre Minas e Cruzeiro, na noite de terça-feira, jogadores e técnicos das duas equipes comentavam o que havia acontecido nos cinco sets disputados na Arena JK, que terminou com a vitória do time da rua da Bahia, nos detalhes.

A partida equilibrada do início ao fim foi um estímulo para a rivalidade do confronto, que há dois anos era mais favorável ao lado cruzeirense. A equipe não era superada pelos rivais há dez jogos.

“Essa vitória tira um peso de nossas costas e nos dá mais confiança para as próximas partidas, principalmente no Sul-americano”, destaca o veterano central minastenista Henrique. A competição começa na próxima semana.

Henrique, o companheiro de clube dele, o meio-de-rede Otávio, e o ponteiro cubano Leal, do Cruzeiro, foram os pivôs da confusão ocorrida no fim do segundo set do jogo de terça, que acirrou a rivalidade. “Em um jogo dessa temporada, o Leal rodou uma bola e veio encarando nosso time, vibrando voltado para o nosso lado, e eu encarei ele dizendo para não fazer isso. E na última partida, após ele repetir a provocação, eu ouvi o Otávio dizendo para ele vibrar voltado para seus companheiros, me aproximei da rede olhando na direção do Leal e ele simplesmente me agrediu”, acusa Henrique.

Leal foi procurado pela reportagem, mas não quis falar sobre o acontecimento. “Nunca fugi de nenhuma pergunta, mas dessa vez prefiro não comentar”, disse o jogador, por telefone.

Panos quentes

Os técnicos dos dois clubes, que também foram punidos com cartões vermelhos no último jogo, colocaram panos quentes na discussão à beira da quadra, mas sem deixar de provocar o rival.

“É uma coisa normal, que acontece nos grandes jogos. O Marcelo (Mendez, técnico celeste) é um excelente treinador, mas não vou aceitar que ele grite comigo. Sempre que ele tentar isso, vai ter resposta no mesmo nível”, diz Ricardo Picinin, promovido a técnico do Minas após a saída do argentino Horacio Dileo.

Mendez, que também é argentino, disse que houve “uma discussão normal”. “Nos xingamos, mas isso acontece. Parece que ele tem um problema com pessoas de outros países. O jogo em si foi muito bom, e eles foram mais felizes nas bolas decisivas. Temos que trabalhar para os jogos futuros”.  

Entrevistas

Filip

Foi o jogo mais nervoso desde que chegou?
Foi um jogo muito disputado, equilíbrio do início ao fim, mas acho que já tive partidas mais nervosas que esta.

Como é jogar com tanta rivalidade?
Com certeza, tem um valor maior por se tratar de um clássico, mas é uma partida igual às outras. Muito bom que pudemos ganhar deles depois de tanto tempo, ainda mais jogando em casa. Trabalhamos muito bem e merecemos o resultado. A confusão que aconteceu faz parte, o que fica é o resultado final.

De onde veio a reação da equipe para vencer?
O segredo é a concentração. Vínhamos de três derrotas em casa e precisávamos nos recuperar rápido, e conseguimos ganhar jogos importantes, que nos dão uma motivação a mais para os playoffs e para o Sul-americano.

Wallace

O que achou do jogo?
Foi muito tenso, mas bom. Sabíamos que eles tentariam desestabilizar o nosso time. Infelizmente, eles conseguiram. Mesmo assim tivemos chance, mas pecamos muito nos contra-ataques. Agora é vida que segue.

E seu comportamento?
Sou muito tranquilo. Para me tirar do sério tem que fazer força, viu? Na hora da confusão, tentei acalmar o Leal, pois não podemos cair nessas provocações. Mas, são coisas que acontecem dentro de quadra e ficam lá, fora dela não tem rivalidade.

E o seu duelo com o Filip?
Ele é um jogador de grande qualidade, que ajuda muito o Minas e o Marcelinho nas horas mais complicadas. Nossa posição exige que façamos muitos pontos. 

Compartilhar