
Cruzeiro e Internacional se enfrentaram pela primeira vez em 1962, mas os dois times passaram a marcar o confronto como um dos maiores clássicos interestaduais do futebol brasileiro há exatamente 40 anos. Quando entraram em campo no longínquo 21 de julho de 1974, no Beira-Rio, pelo quadrangular final do Campeonato Brasileiro daquele ano, os jogadores de Cruzeiro e Internacional deram início a uma rivalidade antológica.
Com times técnicos que primavam pela posse de bola, ataques rápidos e jogadores habilidosos, as duas equipes fizeram nos anos 1970 inúmeras partidas que entraram para a história (Confira, abaixo, os clássicos marcantes daquela década).
Quem tem mais de 50 anos com certeza se lembra não de um, mas de vários grandes jogos envolvendo as duas equipes. Entre os confrontos mais marcantes estão as finais do Campeonato Brasileiro 1975 e os jogos pela Libertadores de 1976.
Autor do gol decisivo do jogo que, para muitos, é o maior do confronto (Cruzeiro 5 a 4, no jogo de ida da primeira fase da Libertadores), Nelinho exalta a atuação de outro jogador.
“Joãozinho era brincadeira. Ele começou o jogo sendo marcado pelo Cláudio, que não deu conta. Ainda no primeiro tempo inverteram os laterais, colocando o Vacaria para marcá-lo, mas ele também não conseguiu e acabou substituído pelo Valdir. Ou seja, três tentaram marcá-lo e não conseguiram. Ele fez dois gols, deu passe para mais um e sofreu o pênalti que eu bati e fiz o gol da vitória”, lembra Nelinho.
Neste sábado (4), no Mineirão, os dois times vão reviver o grande clássico, já que se enfrentam pela 27ª rodada do Brasileirão, em uma partida que tem tudo para mexer com a emoção dos apaixonados pelo futebol bem jogado.
Líder da competição com 53 pontos, o Cruzeiro quer a vitória para abrir mais pontos sobre o Inter, vice-líder com seis a menos. Já o Colorado quer o triunfo para entrar de vez na briga pelo título e provar que é um concorrente real ao título.
Com grandes jogadores, os dois times têm o futebol ofensivo como principal característica, sem medo de atacar, o que aumenta a expectativa para um grande duelo.
“Não consigo comparar as duas épocas. O futebol era muito diferente do que é praticado atualmente. Hoje os jogadores estão muito mais bem preparados fisicamente e taticamente, em contrapartida nenhum dos times têm jogadores geniais como Falcão, Carpegiani, Dirceu Lopes e Joãozinho”, avalia Nelinho.
Raul elege final de 1975 como a melhor partida
Grandes embates entre Cruzeiro e Internacional costumam pontuar as campanhas vitoriosas de ambos os times na história do Campeonato Brasileiro.
Na primeira conquista nacional do Inter, em 1975, os dois times se enfrentaram na final em um jogo que terminou 1 a 0 para os gaúchos, com uma atuação de gala do goleiro Manga. Presente naquela partida, o ex-goleiro cruzeirense Raul Plassmann, inclusive, elege o confronto como o melhor de todos.
“Todos se lembram do 5 a 4, em 1976, pelo número de gols marcados, mas pra mim aquele jogo não foi o melhor, afinal nenhum goleiro gosta de sofrer quatro gols. Houve outros grandes jogos, como a final do Brasileiro de 1975, quando os dois times tiveram inúmeras chances de gol e eu e o Manga fizemos grandes defesas”, lembra Raul.
Em 1979, no terceiro título do Internacional, gaúchos e mineiros se enfrentaram na terceira fase da competição, no Mineirão. Mesmo fora de casa, o Inter venceu por 3 a 2 e arrancou para o título invicto.
Mesmo tendo conquistado a simbólica tríplice coroa em 2003, o Cruzeiro de Alex e companhia foi superado no Beira-Rio por 1 a 0, no returno da competição. No jogo do Mineirão, os rivais fizeram um dos grandes jogos daquele campeonato, que terminou com vitória do Cruzeiro por 3 a 2, com direito a um golaço de falta do camisa 10 cruzeirense.
No ano passado, o Cruzeiro também não teve vida fácil diante o Inter. No primeiro turno, a partida foi disputada na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, e terminou com um empate por 2 a 2. Já no returno, no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo (RS), vitória cruzeirense pelo placar de 2 a 1.
Os dois times também fizeram mais três duelos decisivos e eliminatórios pelo Brasileirão. Na semifinal da Copa União de 1987, após um empate por 0 a 0 no primeiro jogo, no Beira-Rio, o Inter conquistou a vaga em pleno Mineirão, ao vencer por 1 a 0.
No ano seguinte, a história se repetiu, só que nas quartas de final. Após um empate no jogo de ida, no Mineirão, por 0 a 0, o Inter superou o Cruzeiro por 2 a 0, no Beira-Rio.
Já em 2000, o Cruzeiro levou a melhor no duelo válido pelas quartas de final da Copa João Havelange. No primeiro jogo, no Beira-Rio, empate por 1 a 1. No Mineirão, o Cruzeiro venceu por 3 a 2 e se garantiu sua classificação para a semifinal da competição.