
O empresário e ex-jogador Ronaldo e a empresa Tara Sports, da qual é proprietário, divulgaram nesta quinta-feira (17) uma carta aos torcedores do Cruzeiro. Na mensagem, esclarecem os valores dos aportes que a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) deve aplicar no clube nos próximos anos.
Ronaldo ratificou que, dos R$ 400 milhões anunciados inicialmente, R$ 50 milhões devem ser injetados até 18 de abril, quatro meses após a assinatura da carta de intenções de compra. Porém, desse valor, cerca de R$ 26 milhões deverão ser abatidos, pois o empresário emprestou essa quantia ao clube para pagar o transfer ban antes do início Campeonato Mineiro, para que o Cruzeiro pudesse registrar novos jogadores.
Os outros R$ 350 milhões, como reforça Ronaldo, serão aplicados por investimento direto ou por “incremento de receitas”.
Conforme o que está previsto na carta de intenção de compra das ações da SAF, o empresário se compromete a gerar R$ 350 milhões a mais em receita nos 5 anos seguintes à operação, em relação às receitas obtidas nos 5 anos anteriores.
Caso a gestão de Ronaldo não seja capaz de gerar essa “receita incremental”, ele seria obrigado a complementar o valor com investimentos próprios.
Nessa quarta-feira (16), a Mesa Diretora do Conselho Deliberativo do clube expôs os detalhes da carta de intenções assinada pelo ex-atacante.
Na carta aberta aos torcedores divulgada por Ronaldo nesta quinta-feira, ele se queixa da quebra de confidencialidade do contrato.
Leia a carta na íntegra:
Carta aberta ao torcedor do Cruzeiro
Diante da Nota Oficial emitida pela Mesa Diretora do Conselho Deliberativo do Cruzeiro Esporte Clube, assinada por Nagib Simões, Mauricio Silva, Marcus Lambertucci, Evandro Vassali, Alvimar Perrella, Bruno Lourenço, Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Aquiles Diniz, Alexandre Azevedo, Pedro Lourenço e Régis Campos, que expõe parcialmente dados confidenciais e distorce a realidade dos termos firmados na proposta apresentada ao Cruzeiro Esporte Clube, esclarecemos os seguintes fatos:
O valor de investimento previsto na proposta de aquisição define um aporte inicial de R$50 milhões, além de um compromisso de investimento de mais R$350 milhões que pode ser feito através de incremento de receitas ou de aporte direto. Vale ressaltar que a opção de incremento de receita favorece diretamente a associação, uma vez que a lei das SAF obriga o repasse de 20% das receitas para quitação da dívida bilionária acumulada por anos de má gestão - fato esse que pode gerar mais R$70 milhões em receitas para a quitação da dívida e que parece ser ignorado pelos responsáveis pela Nota.
Vale ressaltar também que o pedido de inclusão das Tocas I e II na transação é simplesmente para proteção de patrimônio do Cruzeiro diante de uma realidade que se revelou significativamente mais grave do que aquela indicada nas informações inicialmente disponibilizadas e que foram utilizadas para a elaboração da proposta apresentada ao Cruzeiro. Hoje a Toca I, a sede do Barro Preto e parte de todas as receitas do futebol estão comprometidas em razão de dívidas tributárias de aproximadamente R$400 milhões, as quais não estavam previstas na negociação inicial. No curto prazo os imóveis podem ser leiloados e as receitas apropriadas por falta de pagamento.
A SAF se coloca como facilitadora não apenas para encontrar os meios de pagamento dessa dívida, como também para recolocar o futebol do Cruzeiro no seu lugar de protagonista do futebol brasileiro. Em contrapartida, o controle das Tocas pela SAF garante que o patrimônio do futebol não seja colocado mais uma vez em risco.
Por fim, acreditamos em trabalho silencioso, sem dar publicidade a pontos contratuais em respeito às cláusulas de confidencialidade que devem ser cumpridas. O Cruzeiro precisa de estabilidade para seguir o caminho da reconstrução. O Conselho do clube é soberano e acreditamos que o julgamento dos pleitos será feito de maneira coerente levando em consideração o melhor para o Cruzeiro.
#FechadoComOCruzeiro
Tara Sports
Ronaldo