Show "fenomenal" em clássico no Gigante da Pampulha

Rodrigo Rodrigues - Do Hoje em Dia
16/01/2013 às 07:24.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:40
 (Antônio Lara/Arquivo Hoje em Dia)

(Antônio Lara/Arquivo Hoje em Dia)

Talvez aquele 6 de março de 1994 não fosse o dia mais propício para um clássico entre Cruzeiro e Atlético. Afinal, a chuva que despencou na capital mineira naquele domingo poderia ser o prenúncio de um duelo frio, cinzento. Mas não foi.

Em jogo válido pelo primeiro turno do Campeonato Mineiro, a Raposa venceu o Galo por 3 a 1, o atacante Ronaldo marcou três vezes, driblou, sorriu, fez sorrir e cravou seu nome na história do confronto.

É verdade que o mau tempo dificultou a vida dos 68.801 pagantes que compareceram ao Mineirão. Todos, porém, foram devidamente recompensados com o show de um menino de 17 anos, independentemente de paixão clubística.

Na primeira partida oficial diante do maior rival, Ronaldo deu mostras de que se tornaria um dos principais nomes do futebol mundial.

O primeiro tempo não empolgou muito, com ligeiro domínio do Atlético. No entanto, quando Ronaldo subiu as escadarias do Gigante da Pampulha para a segunda etapa, ficou claro que algo iria acontecer.

Quem estava no estádio percebeu que o camisa 9 havia voltado diferente. Deu alguns piques no aquecimento e demonstrou estar mais ligado.

A prova veio logo aos 30 segundos. Após boa tabela entre Toninho Cerezo e Cleisson pela direita, Ronaldo se antecipou ao zagueiro e mandou no ângulo esquerdo de Humberto.

Mais uma vez com a ajuda do já veterano Cerezo, prestes a completar 39 anos e que estreava no Cruzeiro justamente contra o time que o revelou, Ronaldo ampliou a vantagem, aos 6 minutos.

Após receber ótimo lançamento do volante, o garoto deixou o zagueiro uruguaio Kanapkis para trás e só foi parado com falta, dentro da área, pelo goleiro Humberto. Com categoria, ele bateu o pênalti e marcou.

O Atlético foi para cima e conseguiu marcar duas vezes, com Reinaldo e Renato Gaúcho. Mas os lances já estavam paralisados pelo árbitro Márcio Rezende de Freitas.

Aos 16, o lateral Paulo Roberto diminuiu a vantagem cruzeirense, após pegar rebote do goleiro Dida. O Galo fez mais um, com Gaúcho, mas o lance também já havia sido parado.

Ronaldo sacramentou a vitória, aos 39, após receber cruzamento de Roberto Gaúcho.

Espetáculo à parte

Além dos três gols, Ronaldo levou a parte azul do Mineirão ao delírio ao protagonizar um dos lances mais bonitos da história do clássico.

Depois de recuperar a bola no lado direito do ataque, ele aplicou dois dribles desconcertantes em Kanapkis, que foi ao chão.

O grandalhão havia chegado ao Galo no ano anterior, para compor a malsucedida “Selegalo”. Além disso, fora contratado com o status de melhor zagueiro da América do Sul, conforme eleição do jornal “El País”.

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