Tarde de show da China Azul em jogo com horário ingrato

Gláucio Castro - Hoje em Dia
26/02/2014 às 08:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:17
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O relógio do empresário João Bosco Calais Filho, 57 anos, marcava 15h da tarde quente de terça-feira (25). Apressado, ele pegou as chaves do carro e fechou as portas do escritório na zona Sul de Belo Horizonte. Mesmo com a proximidade do Carnaval, João Bosco não está nem um pouco preocupado com a folia.

O motivo, para ele, era muito mais nobre. “Não perco um jogo do Cruzeiro por nada, nem em plena terça, às 17h30”, brincou ao chegar ao Mineirão, com traje social. “Só passei em casa para pegar meu filho. Não deu para trocar de roupa”. No Gigante da Pampulha, o empresário ajudou o clube do coração a superar a marca de dois milhões de pagantes como mandante na Libertadores.

A tarde do segundo dia útil da última semana de fevereiro foi agitada nas principais ruas de BH. Dia útil? Nem parecia. Pouco depois das 14h, os arredores do Mineirão já ganhavam ares de domingão, com bares e restaurantes lotados de cruzeirenses. Famílias inteiras, crianças e aposentados, muitos indo ao campo pela primeira vez.

O horário inusitado das 17h30 matou de raiva muita gente que não pode ir ao estádio apoiar o campeão brasileiro, mas outra turma estava bem feliz. É o caso do aposentado José Mota de Oliveira, 93 anos, de João Monlevade. Há mais de 20 anos ele não via o Cruzeiro jogar. “Hoje está mais tranquilo. Está gostoso. Estou até emocionado de voltar aqui depois de tanto tempo. Vi o Cruzeiro jogar contra o Santos de Pelé”, disse. Pais de Rafael Nunes, 6 anos, os comerciantes Homero Vianna, 44, e Ana Paula Nunes, 37, também adoraram a “matinê”.

A bola já rolava no gramado e muitos torcedores ainda chegavam, apressados. Pouco depois das 18h, quando muito trabalhador ainda passava o crachá após mais um dia exaustivo de trabalho, as arquibancadas do Gigante da Pampulha “explodiam” no primeiro gol da Raposa. O segundo e o terceiro gols levaram ao delírio quem conseguiu ir ao estádio.

Pequena, a torcida chilena não parou de gritar, com o reforço de três torcedores do Santa Fé, que enfrenta nesta quarta (26) o Atlético, no Independência. 

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