Zé Carlos elogia Fábio, que se tornará o número 1 em partidas com a camisa do Cruzeiro

Hoje em Dia*
11/06/2015 às 07:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:26
 (Mateus Marotta)

(Mateus Marotta)

Recordes existem para ser quebrados, mas nem todos os ex-recordistas ficam chateados com a perda do reinado. É o caso do ex-jogador e ídolo celeste Zé Carlos, atleta que mais vestiu a camisa do Cruzeiro: em 633 oportunidades. Esta marca expressiva está muito próximo de ser quebrada pelo goleiro Fábio, sábado contra o Vasco.

Com a camisa azul, Zé Carlos conquistou 12 títulos, sendo os principais a Taça Brasil em 1966, conquistada com uma goleada por 6 a 2 sobre o mítico Santos de Pelé, e a Libertadores de 1976, com um gol antológico de Joãozinho em cobrança de falta.

Com um currículo vencedor na Raposa, o ex-jogador não vê problema em Fábio ultrapassá-lo, pois o craque sabe que tem o seu nome marcado na história do Cruzeiro.

“Não sou orgulhoso o bastante para ficar chateado em ver o meu recorde batido. A minha fase já passou, conquistei muitos títulos com o Cruzeiro e até hoje sou reconhecido por tudo que fiz. O clube foi me buscar em Juiz de Fora e eu sou grato, fiz a minha parte”, diz o antigo ídolo da torcida celeste.

Antes de ultrapassar Zé Carlos e se firmar como o jogador com mais partidas na história do clube, Fábio deixou outro ídolo estrelado para traz. O goleiro Raul Plassmann, presente nas conquistas de 66 e 76, já havia perdido o posto de goleiros com mais partidas nos 94 anos de páginas heróicas e imortais.

“O Fábio é um excelente goleiro, merece esse momento por tudo que já fez pelo Cruzeiro, e que isso sirva de exemplo, pois ele tem muita dedicação ao clube. Os atletas de hoje não dão a mínima para o clube, só quando precisam mesmo”, critica Zé Carlos.

IDENTIFICAÇÃO

Zé Carlos ainda destacou que o goleiro da Raposa conhece muito bem o clube, além de ter um bom caráter. Desde sua primeira passagem pela Raposa, em 2000, o camisa 1 já acumula 11 anos. Ao todo são oito títulos, incluindo o bicampeonato Brasileiro em 2013/2014.

“Ele (Fábio) tem uma história linda no clube, é um ídolo, e não é apenas pelo número de jogos, tem também o lado pessoal do cara. Ele é íntegro, tem um caráter excepcional e conhece muito bem o Cruzeiro. Com certeza, tem muita história pra contar. Qualquer jogador que fique mais de cinco anos em um clube vai ter”, disse o ex-jogador.

E por falar em histórias, Zé Carlos também tem várias do seu tempo de atleta, afinal de contas são 20 anos como jogador profissional, 12 deles dedicados ao Cruzeiro ao lado dos companheiros e amigos de duas gerações diferentes, que contou com Dirceu Lopes, Piazza, Tostão, Perfumo, Joãozinho, Palhinha e Raul. Este ultimo inclusive lembrou de um lance de Zé Carlos em um clássico contra o Atlético em 1967.

“Tem muito jogo e histórias nesses 633 jogos do Zé, mas um jogo marcante foi contra o Atlético. Estávamos perdendo de 3 a 0 no Mineirão lotado (110 mil presentes), ai o Tostão machucou e o Zé Carlos entrou no lugar dele e o Procópio foi expulso. Ai empatamos o jogo com um homem a menos, e no último minuto de jogo foi falta para a gente. O Zé Carlos cobrou e mandou a bola no travessão do Hélio (goleiro do Atlético) e o jogo acabou. Foi um jogo épico. Se a bola entra seria uma virada incrível”, lembrou o ex-goleiro que defendeu a meta celeste em 549 oportunidades.

Zé Carlos ainda falou sobre o atual momento do clube celeste e elogiou o treinador da Raposa, Vanderlei Luxemburgo, que retornou após 11 anos de sua última passagem, entre 2002 e 2004.

“Luxemburgo muito vibrante, um bom treinador, inclusive um dos melhores do Brasil. Ele vai da outra movimentação ao time, mas briga por títulos só na próxima temporada”, finalizou.

(*) Colaborou Mateus Marotta

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