
O novo normal no futebol em tempos de pandemia pelo coronavírus é de estádios vazios. Para tentar amenizar o ambiente, desde que a bola voltou a rolar, primeiramente na Europa, clubes têm se utilizado das chamadas “torcidas de papelão” e do sistema de som das arenas para reproduzir os gritos da torcida mandante.

Em 2017, o Atlético colocou caixas de som no Independência num clássico decisivo contra o Cruzeiro, que em 2018 encheu um setor do Mineirão com escudos de papelão
Em Minas Gerais, a bola volta a rolar no próximo domingo, quando o Módulo I do Campeonato Mineiro será retomado. E as duas práticas com certeza estarão sendo usadas, principalmente nos estádios da capital (Independência e Mineirão). Mas não se pode dizer que elas sejam novidades. Muito pelo contrário.
“A torcida de alto falante” e a “torcida de papelão” já estiveram presentes nas duas novas arenas de Belo Horizonte.
Caixa de som
Em 7 de maio de 2017, Atlético e Cruzeiro fizeram no Independência o jogo de volta pela decisão do Campeonato Mineiro. O Galo precisava apenas do empate para ser campeão e garantiu a taça vencendo por 2 a 1.
Antes de a bola rolar, o assunto do clássico foram as caixas de som instaladas pelo clube e que estavam voltadas para o setor onde estariam os cruzeirenses.
A hashtag #TorcidaDeAltoFalante, criada pelos cruzeirenses antes do confronto, ficou em terceiro lugar no Twitter Brasil. E uma série de memes invadiu as redes sociais, além de vídeos de momentos em que a torcida atleticana estava calada, mas as caixas estavam lá, tocando alto.
Torcida de papelão
Menos de um ano depois da “torcida de alto falante”, o Cruzeiro teve a sua versão da “torcida de papelão”. Em 4 de abril, recebeu o Vasco, no Mineirão, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores, após perder por 4 a 2 para o Racing, da Argentina, na estreia.
O público no Mineirão nem foi ruim (35.033 pagantes e 38 mil presentes), mas a ação do marketing, de colocar escudos enormes do Cruzeiro num dos setores mais caros, o central, em frente às câmeras da televisão, provocou um efeito em que se via um número muito maior de peças de papelão que de torcedores.
Aí foi a vez dos atleticanos não perdoarem a ação de marketing do rival. E a hashtag #TorcidaDePapelão bombou no Twitter e as redes sociais ganharam vários memes.
Realidade
Agora, o Atlético já anunciou que venderá a presença de torcedores em imagens de papelão em seus jogos, com o preço variando de R$ 45 a R$ 130.
O serviço de som dos estádios, quando Galo e Raposa atuarem em Independência e Mineirão, respectivamente, ainda não se sabe se serão utilizados para reproduzir o som das torcidas. Mas nada disso é novidade em Minas Gerais, pois aqui nós já tivemos a “torcida de alto falante” e a “torcida de papelão”.