Da euforia à preocupação; as reviravoltas do Cruzeiro desde o duelo com o Santos no turno

Lucas Borges
21/11/2019 às 16:37.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:45
 (Vinnicius Silva/Cruzeiro)

(Vinnicius Silva/Cruzeiro)

Na 16ª posição na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro encara o duelo com o Santos, no próximo sábado (23), às 21h, na Vila Belmiro, pela 34ª rodada do torneio, como mais uma decisão na luta para se afastar da zona de rebaixamento. Com 36 pontos, a Raposa tem apenas um ponto a mais do que o Fluminense, que abre o grupo da degola.

Se o clima atual na Toca da Raposa II é de total preocupação com o futuro do time na competição – principalmente após o empate em 0 a 0 com o lanterna Avaí, na última segunda-feira – o cenário após o confronto com o Peixe no primeiro turno era o oposto.

No dia 18 de agosto, o time celeste venceu o Santos (então líder da competição) por 2 a 0, no Mineirão, em partida que marcou a estreia do técnico Rogério Ceni na Raposa. A boa atuação, aliada à chegada de um novo comandante com ideias de futebol diferentes de seu antecessor, Mano Menezes, animou os cruzeirenses, que sonhavam com voos maiores e mais tranquilos na sequência no Brasileirão.

Entretanto, após uma série de resultados ruins e atritos com líderes do elenco, como Thiago Neves, Dedé, Fred e Edílson, Ceni foi demitido com menos de dois meses de trabalho, deixando a equipe à beira do Z-4.

Para tentar salvar o time celeste da queda e acalmar os ânimos no vestiário, o experiente Abel Braga foi anunciado no dia 27 de setembro, pelo então vice-presidente de futebol, Itair Machado, para assumir o comando da Raposa.

Com três vitórias, oito empates e uma derrota, Abelão vem oscilando bons e maus momentos à frente da Raposa, lutando para deixar o time fora da zona de rebaixamento.

Entretanto, se os triunfos consecutivos sobre São Paulo e Corinthians deram novo ânimo ao time estrelado na tabela, os tropeços dentro de casa contra Bahia, Fortaleza e Avaí geraram grande insatisfação do torcedor estrelado, que vem aumentando o tom de cobrança em cima do elenco, da diretoria e da comissão técnica.

O último capítulo da pressão ocorreu nesta quinta-feira, quando os muros do centro de treinamento do clube amanheceram pichados. Em outubro, um grupo de torcedores invadiu a Toca II para questionar os jogadores.

Dois dias antes, membros da organizada Pavilhão Independente invadiram uma festa de comemoração do aniversário da esposa do zagueiro Dedé, para tirar satisfação com os atletas que estiveram no evento.

A situação fez com que o diretor de futebol do Cruzeiro, Marcelo Djian, afirmasse que vai pedir aos jogadores que não façam festas até o final do campeonato.Vinnicius Silva/Cruzeiro

Crise política e extracampo

Em meio aos poucos mais de três meses que estão separando os dois confrontos entre Cruzeiro e Santos neste Brasileiro, o campo político da Raposa também seguiu bastante movimentado.

Reflexo da maior crise institucional da história da Raposa, Itair Machado, e Sérgio Nonato deixaram a Raposa.  

O presidente Wagner Pires de Sá, também muito pressionado, permaneceu no cargo, mas viu um conselho de administração liderado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella assumir o comando das principais ações do clube dentro de fora de campo.

Com o discurso motivador, cravando a permanência do Cruzeiro na Série A, Perrella ganhou prestígio logo na sua chegada, em função das vitórias no torneio, mas passou a ser alvo de protestos da torcida em função dos recentes resultados ruins da equipe.

O mandatário, inclusive, tem feito reuniões com os atletas e com a comissão técnica subindo o tom das cobranças pelos insucessos do time celeste no Brasileiro.Bruno Haddad/Cruzeiro

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