Da goleada de 2013 ao 'amistoso' de 2021, jogos com o Náutico ilustram processo vivido pelo Cruzeiro

Alexandre Simões
@oalexsimoes
23/01/2021 às 14:54.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:00
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Cruzeiro e Náutico voltam a jogar em Belo Horizonte depois de mais de sete anos e o cenário é bem diferente para os cruzeirenses, que nem imaginavam que ali começava todo o processo que ia provocar o presente do clube. Os dois clubes se enfrentam às 16h deste domingo (24), no Independência, pela 37ª rodada da Série B, numa partida com cara de amistoso para os mineiros, que não brigam por mais nada competição, e de decisão para os pernambucanos, que precisam de mais um ponto para evitar a volta à Série C.

Em 14 de julho de 2013, na segunda rodada após a Copa das Confederações, que por ser disputada no Brasil provocou a interrupção da Série A, a Raposa entrou em campo na quinta colocação. O time de Marcelo Oliveira vinha de um empate por 1 a 1 com a Portuguesa, no Canindé, em São Paulo, que impediu a sua entrada no grupo dos quatro primeiros colocados.Lucas PratesVinícius Araújo comemora um dos seus dois gols sobre o Náutico em 2013, ano em que começou o processo de caos administrativo no Cruzeiro

Com um gol de Ricardo Goulart logo aos 9 minutos, e outros dois do então garoto Vinícius Araújo, na época uma promessa da base cruzeirense, ambos marcados na segunda etapa, o Cruzeiro venceu o Timbu por 3 a 0 e entrou no G-4, tomando o lugar do Fluminense, para não sair mais.

Na rodada seguinte, a certeza de que a Raposa vinha forte surgiu no Morumbi, com novo 3 a 0, mas desta vez sobre o São Paulo, com um hat-trick do meia-atacante Luan.

A partir daí, a equipe de Marcelo Oliveira viveu um processo de crescimento, tomou a primeira colocação do Botafogo e liderou a competição, de forma até tranquila, a partir do final do turno, garantindo a taça com quatro rodadas de antecedência.

Lanterna

O Náutico era lanterna e seguiu na última colocação com os 3 a 0 impostos pelo Cruzeiro. E foi rebaixado à Série B naquela temporada, sem nunca mais ter voltado à elite. Muito pelo contrário. Em 2018 e 2019 disputou foi a Série C, divisão que tenta evitar agora buscando um ponto nas duas rodadas que lhe restam.

Ao contrário do jogo de 14 de julho de 2013, só os alvirrubros podem sair felizes do Independência neste domingo. E um empate basta para isso. Para os cruzeirenses, este “amistoso” contra o Timbu, mais que lembranças agradáveis de um passado não muito distante, traz incerteza em relação ao futuro.

A única afirmação que se pode fazer é que naquele ano de 2013, quando aconteceu o último encontro entre os dois clubes, teve início de forma mais forte o caos administrativo do clube. Com Gilvan de Pinho Tavares na presidência, e Alexandre Mattos na diretoria de futebol, o Cruzeiro iniciou o processo de gastar muito mais do que arrecadava.

Este foi um caminho seguido na administração Gilvan, até o final de 2017, incrementado por uma série de irregularidades na gestão Wagner Pires de Sá, que teve como “parceiros” principais Sérgio Nonato e Itair Machado.

Dois bicampeonatos nacionais foram conquistados, da Série A, em 2013 e 2014, e da Copa do Brasil, em 2017 e 2018. Mas a conta chegou. E ela é cara. Provocou o inédito rebaixamento à Segunda Divisão, em 2019, e agora a sequência cruzeirense na Série B.

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