De gandula a relacionado em menos de 24 horas: a vida do jovem Nathan, do Atlético

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
27/05/2016 às 18:50.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:38
 (Arquivo Pessoal)

(Arquivo Pessoal)

O mês de maio jamais será esquecido pelo zagueiro Nathan, do Atlético. Aos 19 anos, completados no último dia 6, o defensor da equipe sub-20 do clube viu a vida mudar em menos de 24 horas.

Nesta quinta-feira (26), o irmão do também zagueiro Werley (revelado pelo Galo e atualmente no Figueirense) esteve no gramado do Independência, no confronto entre Atlético e Grêmio, e, curiosamente, "atuou" pelos dois lados. Fora da lista de relacionados do técnico Marcelo Oliveira, Nathan deixou a chuteira em casa e trabalhou como gandula da partida, como acontece tradicionalmente entre os jogadores jovens na Europa e, desde 2013, no clube alvinegro.

Deixando o coração em segundo plano, mostrou ser um profissional exemplar, não atrasando a reposição para o time gaúcho. "Quando ele me contou que ia ser gandula, eu nem acreditei, achei que estava doido. Quando o Atlético tomou aqueles gols, queria que o Nathan pegasse a camisa e entrasse em campo para ajudar o time", brincou a mãe do jogador, dona Luciana.

A felicidade, porém, chegaria no dia seguinte. Nesta sexta-feira (27), o jovem foi acionado de outra maneira pelo clube que defende desde criança. Sem os zagueiros Leonardo Silva, lesionado, e Erazo, convocado pela seleção equatoriana, o técnico Marcelo Oliveira precisou recorrer à base. Para sorte e surpresa de Nathan, ele foi o escolhido para compor o banco na partida contra o Vitória, pelo Brasileirão, neste domingo (29), em Salvador.

"É um sentimento único e especial. Se eu tiver a oportunidade de entrar no jogo, irei fazer o que venho fazendo no sub-20, jogando com personalidade e ajudando meus companheiros e o Atlético", disse, ao Hoje em Dia, antes de embarcar para a capital baiana. "Fiquei muito feliz pela oportunidade de ser relacionado pela primeira vez. Agradeço a Deus, primeiramente, e a todos meus familiares", acrescentou, ainda um pouco nervoso pela convocação.

Coincidência

Assim como Nathan, o avô dele, mais conhecido como "Mosquito", também foi treinado pela família Oliveira. O pai do atual técnico atleticano, apelidado de "Pacote", foi quem deu ao ex-centrovante a primeira oportunidade no futebol, em um time de Pedro Leopoldo, na região metropolitana da capital.

O pai do novo zagueiro atleticano, Sr. Wanderci, também dedicou parte da vida ao esporte. Com uma lesão no joelho, porém, o ex-lateral acabou pendurando as chuteiras antes de se profissionalizar. Feliz com o momento do filho, Derci, como é chamado pelos amigos e familiares, não esconde a satisfação de ver Nathan e Werley atuando em grandes clubes brasileiros.

"A gente fica muito feliz. Sabemos de todas as dificuldades que eles enfrentaram, pois não é fácil. O Werley e todos nós conversamos muito com o Nathan. Vemos o que ele fez de errado nas partidas e vamos conversando para melhorar. A gente se fala muito", conta o pai dos defensores.

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