De olho nos lucros dos bares, clubes defendem sanção

Gláucio Castro - Hoje em Dia
15/07/2015 às 07:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:54

Rivais dentro das quatro linhas, América, Atlético e Cruzeiro são favoráveis ao projeto que libera a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Os três clubes têm participação nos lucros dos bares no Independência e no Mineirão.

Autor do projeto, o deputado Alencar da Silveira Júnior (PDT) avalia que não terá resistência para a aprovação do governador Fernando Pimentel e não teme que o texto seja considerada inconstitucional, como aconteceu na Bahia.

“É a modernidade. A lei está redondinha. Resolve o problema de quem quer ir ao estádio com os amigos e, enquanto aguarda o time entrar em campo, toma uma cervejinha. Não há mal nenhum”, avalia o parlamentar, que é um dos presidentes do Coelho.

No ano passado, a Assembleia da Bahia aprovou uma proposta similar, mas a legislação local foi considerada inconstitucional e está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal. Enquanto isso, as bebidas estão sendo vendidas normalmente no estado.

Diferentemente do que acontecia anteriormente nos estádios de Minas Gerais, a comercialização, se aprovada, acontecerá apenas nos bares e será encerrada ao término do intervalo entre o primeiro e o segundo tempo das partidas. A entrada de torcedores com bebidas nas arquibancadas não será permitida.

Para o Cruzeiro, a proibição trouxe vários prejuízos ao clube. O principal argumento é que o torcedor continua bebendo do lado de fora do estádio até a hora do jogo, provocando assim tumultos nos acessos e catracas no momento da entrada, como aconteceu na vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense, quando muitos cruzeirenses não conseguiram entrar e voltaram para casa. Além disso, o clube tem participação nos lucros das vendas no interior do Gigante da Pampulha.

O presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno, não foi encontrado pela reportagem para comentar o tema. Em pronunciamento recente, o mandatário alvinegro e vereador em Belo Horizonte pelo PSB se posicionou a favor da venda de bebidas nos estádios. Na ocasião, classificou a proibição como “irracional”, alegando que os torcedores continuam consumindo álcool nos arredores das praças esportivas.

Maior produtora de cerveja no Brasil, a Ambev registrou lucro líquido de R$ 2,215 bilhões no segundo trimestre de 2014 (aumento de 16% em relação ao mesmo período no ano anterior). Beneficiada pela Copa do Mundo, a empresa fechou o balanço anual com crescimento de 8,9% 45% foi a redução nas ocorrências após a Proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios mineiros, segundo relatórios do MP

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