De saída do Atlético, Dryworld já acumula R$ 7,4 milhões de dívidas com o clube alvinegro

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
13/12/2016 às 02:24.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:03

O que era para ser uma parceria longínqua terminará num rompimento de contrato e num rastro de dívidas para trás. A Dryworld chegou ao Brasil e escolheu o Atlético como carro-chefe. O sonho virou pesadelo em questão de meses e a fornecedora de materiais do Canadá deixará o Galo em janeiro e com uma cobrança de dívida de 2,2 milhões de dólares (R$ 7,4 milhões, na cotação de segunda-feira).

O Atlético ainda não anunciou oficialmente, mas já decretou a rescisão contratual com a Dryworld, que teve problemas financeiros e administrativos na inserção no mercado brasileiro, através de uma sociedade com a empresa brasileira de indústria têxtil Rocamp/Logic. O Galo terá de ir à Justiça para resolver as pendências com a parceira, que envolve, além do não pagamento dos valores acordados em contratos, o atraso no recebimento de materiais esportivos.

Na decisão que determinou a saída da Dryworld do Galo, o clube ficou no direito de receber quatro parcelas restantes da mensalidade de 2016. O Atlético, entretanto, só recebeu o pagamento de uma dessas parcelas, sobrando três pagamentos em aberto que, juntos, estão dentro dos 2,2 milhões de dólares (R$ 7,4 mi).

O Galo, apesar de correr atrás do prejuízo, tem um alento nesta relação conturbada da Dryworld. Apesar de não ter dado certo, a diretoria alvinegra entende que foi o maior contrato de fornecimento já assinado na história do clube. Subtraindo os valores convertidos em materiais esportivos, o alvinegro assinou por cinco anos com os canadenses para ganhar R$ 12 milhão anualmente, R$ 60 milhões no total.

Além do próprio clube, o meia-atacante Luan, que virou garoto-propaganda da marca e assinou contrato vitalício, já foi a público (em entrevista à Rádio Itatiaia) para reclamar de dívidas da Dryworld no contrato de patrocínio firmado.Bruno Cantini/Atlético

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O clube mineiro já decretou a mudança de fornecedora para 2017, acertando o retorno da Topper através da fábrica Tecnotêxtil (que substituirá a Filon na nova parceria Topper/Galo). Entretanto, o presidente da Dryworld adota um discurso de dar a volta por cima junto nos problemas enfrentados que irão culminar, também, na saída do Goiás e do Fluminense (o clube revelou ter direito a receber R$ 11 milhões da DW). 

"A Dryworld entende a posição do clube. A performance dos atletas é a prioridade. Atlético é uma instituição magnifica, de forma que nos sentimos honrados de ter o nosso 'D' como parte do uniforme que o clube utiliza para encarar as competições dentro e fora dos gramados. A Dryworld precisa se reagrupar e retornar mais forte para demonstrar para o clube e os seus torcedores que nós somos o parceiro certo para hoje e amanhã", disse, ao Hoje em Dia, Cláudio Escobar, presidente da companhia no Canadá.

Na Inglaterra, o cenário da Dryworld é igualmente tenebroso. Eles assinaram com o QPR por 10 anos e com o Watford, por três temporadas. Enquanto o primeiro estuda o mesmo caminho de romper o contrato, o Watford (do goleiro Gomes e do cantor Elton John) fez a mesma medida do Galo e, inclusive, já anunciou a Adidas como nova fornecedora.Reprodução

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