De volta, Érika critica situação do basquete brasileiro

Amanda Romanelli
18/01/2013 às 21:23.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:47
 (TIMOTHY A. CLARY/AFP)

(TIMOTHY A. CLARY/AFP)

Depois de dez temporadas no exterior, Érika voltou ao Brasil para disputar a Liga de Basquete Feminino (LBF), que começa neste sábado - defenderá o Sport Recife. Considerada uma das melhores pivôs do mundo, presença constante na lista de destaques de campeonatos como a WNBA e a Euroliga, a carioca espera que seu retorno ajude a impulsionar o combalido basquete feminino brasileiro.

"A situação é triste, lamentável", disse a jogadora de 30 anos, lembrando das incertezas sobre a realização da LBF e a falta de apoio à modalidade. "Na Europa, já estaríamos na metade do campeonato, que começa em outubro. Mas espero que a minha volta e a de meninas como a Adrianinha e a Franciele possa ajudar. É importante que haja um crescimento."

Filiado à LBF desde a fundação, em 2011, o Sport preferiu não disputar as duas primeiras edições do torneio para reestruturar seu projeto no basquete feminino. Reformou o ginásio da Ilha do Retiro - trocou pisos e placares - e repatriou não só Érika, mas também a pivô Franciele e a armadora Adrianinha, medalha de bronze na Olimpíada de Sydney, em 2000.

Mas as dificuldades financeiras do torneio, que perdeu o apoio da Eletrobrás e ficou à deriva por meses, sem qualquer previsão de início, também atrapalhou os clubes. O Sport, por exemplo, perdeu dois apoiadores. "Ficamos sem dois patrocinadores fortes, que tinham interesse na exposição dos meses de dezembro e janeiro, que não tem futebol", afirmou o técnico Roberto Dornellas, também manager da equipe. "Mas nunca houve problema financeiro e não deixamos de pagar os salários de ninguém."

Tanto que para "seduzir" Érika e trazê-la ao time, Dornellas bancou uma viagem até a Austrália, onde a pivô fazia amistosos com a seleção brasileira para os Jogos Olímpicos de Londres. "Ele foi até lá, conversou comigo e eu pensei que talvez fosse a única oportunidade que eu teria de voltar", disse a jogadora. "Outra coisa que me seduziu muito foi a oportunidade de atuar ao lado da Alessandra, que é minha musa inspiradora", contou, comentando sobre a pivô de 39 anos, campeã mundial pela seleção em 1994.

Enquanto o calendário da LBF não saía, o Sport fez partidas amistosas - foram 21, sendo 16 contra equipes masculinas, adultas ou juvenis. Érika ficou admirada pelo apoio recebido dos torcedores do clube pernambucano. "Fizemos um amistoso de apresentação da equipe e o ginásio lotou bastante, mesmo sendo contra um time masculino. Aqui a torcida é do futebol, então foi incrível", contou.

Érika já jogou três campeonatos nacionais - foi campeã com o Vasco (2001) e Guaru/São Paulo (2002). De lá pra cá, foi campeã da WNBA, da Liga Espanhola e até do Campeonato Húngaro. Também disputou duas edições da Olimpíada com a seleção brasileira, Atenas/2004 e Londres/2012. Mas disse estar com a expectativa de uma novata para jogar. "Eu não vou mentir: parece que vou fazer o primeiro jogo da minha carreira", revelou. A estreia será neste sábado, na Ilha do Retiro, contra a equipe de Americana, atual campeã paulista e nacional. "Só espero que a ansiedade não me atrapalhe."

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