Decisão entre Atlético e Caldense é a 9ª do Estadual entre um clube da capital e outro do interior

Alexandre Simões - Hoje em Dia
20/04/2015 às 08:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:42
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

28 de fevereiro de 1942. Depois de terminarem o Campeonato Mineiro de 1941, por pontos corridos, empatados, Atlético e Siderúrgica, de Sabará, começam a disputar, na Alameda, a primeira decisão de um título do Estadual entre capital e interior.
Foram quatro jogos, um deles na Praia do Ó, em Sabará, primeiro estádio do interior a receber uma partida válida pela decisão do Mineiro. No final, o Atlético fez a festa.
Domingo, Atlético e Caldense iniciam, na 101ª edição do Campeonato Mineiro, apenas a nona final direta entre equipes da capital e do interior, numa disputa em que os times de Belo Horizonte têm vantagem.   Nos oito confrontos, só duas vezes o interior levou a melhor. Em 1951, o Villa Nova ganhou a primeira decisão disputada no Independência, inaugurado para a Copa de 1950. O Leão superou o Atlético, que brigava pelo tricampeonato, até então inédito para o clube.
A outra façanha foi alcançada pelo Ipatinga, em 2005, sobre o Cruzeiro. Depois de 40 anos, o Mineirão via a primeira volta olímpica de um clube do interior campeão estadual, num torneio que contou com os clubes de Belo Horizonte.   Em 2002, a Caldense foi campeã mineira, mas numa disputa restrita ao interior, sem a presença de América, Atlético e Cruzeiro, que disputaram a Copa Sul-Minas.   Revanches   As duas finais diretas vencidas por times do interior sobre equipes da capital tiveram uma revanche. E o time de Belo Horizonte deu o troco.
Dois anos após perder a taça para o Villa Nova, em 1951, o Atlético ganhou o Estadual de 1953 em cima do Leão, também no Horto. A revanche cruzeirense sobre o Ipatinga demorou menos tempo, pois eles voltaram a decidir o Mineiro em 2006, com a Raposa ganhando a taça no Ipatingão.   Interior X Interior   Para uma equipe do interior, chegar à final do Campeonato Mineiro é um grande feito.
Mas nem sempre foi assim. Nos anos 30, os clubes de Belo Horizonte tinham orçamentos menores que Villa Nova e Siderúrgica, principalmente, que eram bancados por empresas.
Isso explica o tetracampeonato do Leão, entre 1932 e 1935, e, principalmente, a decisão entre o clube e o Siderúrgica, no Campeonato Mineiro de 1937.
Foi a única decisão direta entre dois clubes do interior em toda a história. E o curioso é que as três partidas foram disputadas em Belo Horizonte.
No primeiro jogo, o Villa Nova venceu por 3 a 1, no Barro Preto. O segundo confronto, e Lourdes, terminou 3 a 0 para o Siderúrgica. O time de Sabará garantiu a taça fazendo 1 a 0 no terceiro confronto, disputado na Alameda, na época o maior e principal estádio de Belo Horizonte.
Em 1933, o primeiro Estadual no profissionalismo reuniu times da Grande BH e de Juiz de Fora, mas não foi rentável.
Assim, no ano seguinte, ficou acertado que voltariam os Campeonatos da Cidade, na capital e em Juiz de Fora, com os vencedores de cada um decidindo o título.
Villa Nova e Tupynambás se credenciaram, mas apenas um jogo foi disputado, com vitória do Leão por 2 a 0, na Alameda.
Antes da segunda partida da decisão, em melhor de três, a liga de Juiz de Fora deixou a Federação Brasileira de Futebol (FBF), que tinha a FMF como filiada, e voltou à Confederação Brasileira de Desportos (CBD). Isso inviabilizou a sequência da final e o Villa Nova foi declarado campeão.  

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